Categoria: português
“Se queres ser escritor, escreve.”
Não. A propriedade vocabular manda fazer a distinção. Quarenta dias depois da Páscoa, Jesus voltou pra casa. Mudou-se para o céu — sozinho, sem ajuda. O ato milagroso se chama ascensão. O verbo, ascender. Maria seguiu o filho. Mas precisou ser levada. A subida dela às alturas se denomina assunção.
Vicente Limongi Netto escreveu: “Terça-feira o Jornal Nacional chamou Ayres Brito de ex-ministro do STF, quando na verdade é ministro aposentado. Quarta-feira, o Bom Dia Brasil limpou a barra do JN, informando corretamente que Ayres Brito é ministro aposentado. Contudo, ontem, Sexta-feira da Paixão, o Jornal Nacional novamente chamou Ayres Brito de ex-ministro da Suprema Corte. Como sábado não tem Bom Dia Brasil, só segunda-feira […]
O Supremo Tribunal Federal proibiu a circulação da revista Crusoé. “É censura! É censura!”, protestam brasileiros assustados com a medida. Será? Não será? Enquanto se discute o assunto, vale vasculhar a etimologia da mal-amada. A palavra vem do latim censura (condenação). Pertence à família de censo, que originou censor. Entre os romanos, censor era a pessoa que recenseava a população e zelava pelos bons costumes. […]
A Páscoa tem símbolos. Um deles: o círio pascal. Trata-se de uma vela onde estão inscritas a primeira e a última letra do alfabeto grego – alfa e ômega. A mensagem: Cristo é o princípio e o fim. Ao mesmo tempo, luz. O coelho O outro é o coelho com o ovo. “Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim – um ovo, dois ovos, três […]
Páscoa sem ovo? Nem pensar. Todos os anos o coelhinho deixa um no ninho da gente. Às vezes, ele perde o endereço de uma ou outra pessoa. Fica triiiiiiiiiiiiiiste. Pra se alegrar, come um chocolatinho. Ele nem sabe que a palavra chocolate veio do México. Os astecas deram esse nome à bebida feita de cacau. O polissílabo queria dizer bebida quente. Como eles ofereciam a […]
Como adjetivo, relâmpago se usa sem hífen e concorda em número com o substantivo a que se refere: sequestro relâmpago, sequestros relâmpagos, paralisação relâmpago, paralisações relâmpagos.
“Papa agradece os bombeiros que salvaram Notre-Dame”, escreveu o site do Correio Braziliense. Ops! Tropeçou na regência. A gente agradece a alguém: Papa agradece aos bombeiros que salvaram Notre-Dame. Eu agradeço aos visitantes do blogue. Nós agradecemos ao coelhinho da Páscoa que traz ovos pra nós.
Alan García se matou com um tiro na cabeça. O ex-presidente do Peru ia ser preso por envolvimento no escândalo da Odebrech. A fim de não ir pra trás das grades, cometeu suicídio. Vale a questão: ele suicidou ou se suicidou? O verbo suicidar não existe. O dicionário só registra suicidar-se. Logo, Alan García se suicidou.
A reforma cassou acentos diferenciais. Foram-se os das paroxítonas. Pêlo, pélo, pára, pólo, pêra ficaram mais leves. Assim: pelo, para, polo, pera. Exceção? Só duas. Mantém-se o chapéu de pôde, passado do verbo poder (eu pude, ele pôde). E o verbo pôr fica com o circunflexo. A razão? Ele é monossílabo tônico. Escapou da facada.