Categoria: português
A Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento (Adasa) pôs no ar bela campanha educativa: “Use, reúse e economize”, é o mote. Telespectadores atentos se perguntaram por que reúse ganha acento. Trata-se da quebra do ditongo. O e e u, quando juntos, pronunciam-se numa emissão de voz. É o caso de reunião. Para quebrar o ditongo, o agudão pede passagem. O u se acentua se […]
Por que Joaquim Levy deixou a presidência do BNDES? Dizem que ele fez corpo mole. Negou-se a abrir a caixa-preta do banco. A resposta levantou duas questões. Uma: a grafia da duplinha. A outra: o plural. Caixa-preta joga no time de caixa-forte. Escreve-se com hífen e, sendo formada de substantivo + adjetivo, ambos vão para o plural: caixas-pretas, caixas-fortes.
A questão surgiu no fechamento do jornal. A frase na qual apareceu a dúvida era esta: Levy não teve alternativa … ops! senão ou se não pedir demissão? Palpites não faltaram. O que faltou foi certeza. A saída? Pesquisar. Eis o resultado: Se não Use o separadinho quando: a. puder substituí-lo por caso não: Se não chover (caso não), vamos viajar de carro. Levará falta […]
Garage é a grafia francesa. A portuguesa da silva é garagem. Como nesta alegre Pindorama falamos a língua de Camões, Pessoa e Machado, fiquemos com garagem.
As histórias estão em alta. Jornalistas, advogados, professores, empresários recorrem a narrativas para sobressair, argumentar e vender o peixe com desenvoltura. Daí por que fazem e oferecem cursos de storytelling, nome emprestado do inglês que significa contação de histórias. Ali aprendem as manhas e artimanhas da técnica tão antiga quanto o suceder dos dias e das noites, a mudança das fases da Lua ou a […]
Pedro Rogério é escritor talentoso e leitor voraz. Outro dia, circulava pelo universo da literatura portuguesa quando descobriu expressão pra lá de curiosa. É ele quem escreve: “Acabo de ler em O bobo, de Alexandre Herculano, cenário do medieval ibérico, a expressão pós-moderna `como assim?´, com a mesma intenção de espanto na conversação dos jovens de hoje diante de algo incomum ou esdrúxulo. Nada de […]
Marcelo Abreu trava guerra impiedosa contra a invasão dos anglicismos na língua portuguesa. Outro dia, exprimiu a indignação com esta lista de penetras desnecessários: Começar em vez de estartar. Ajuda em vez de help. Passatempo em vez de hobby. Compras em vez de shopping. Aparência em vez de look. Registro de entrada em vez de check-in. Registro de saída em vez de check-out. Cópia […]
A dúvida pintou na casa do João e da Arlete. Pela primeira vez, eles iam viajar de carro com a filhota de três meses. Em época de tanta violência no asfalto, todo o cuidado é pouco. Decidiram pôr um adesivo bem grande no vidro de trás. Na hora de comprá-lo, havia duas opções. Uma com o acento grave, outra sem. E daí? Arlete, boa […]
A greve do transporte público deixou duas saídas para quem precisa sair de casa. Uma: tirar o carro da garagem. A outra: recorrer ao transporte pirata. Assim mesmo: pirata, na função de adjetivo, escreve-se sem hífen. Flexiona-se no plural: transporte pirata, transportes piratas; rádio pirata, rádios piratas.
José Horta Manzano No original, o verbo inglês to hack significa cortar grosseiramente. O nome hacker, portanto, designa o sujeito que passa o dia com a faca na mão a cortar, decepar, romper ou rachar. Dado que cortadores profissionais não são multidão, deduz-se que esse substantivo não há de ter sido muito usado nos séculos de antigamente. A segunda metade do século 20 assistiu a […]