Categoria: português
Depois de duas décadas de idas e vindas, o Mercosul e a União Europeia bateram o martelo. Vão formar a maior área de livre comércio do mundo. Ao falar no assunto, o secretário de Comércio Exterior disse cheio de entusiasmo: “Daqui a poucos anos, o acordo passa a vigir”. Ops! Tropeçou no verbo que faz estragos a torto e a direito. É viger, não vigir. […]
Viva! A Bahia está em festa. O Brasil também. Em outubro, Irmã Dulce será canonizada. Virará santa, a Santa Dulce dos Pobres. Até lá, muito se falará sobre a obra da criatura que dedicou a vida a ajudar os pobres. Vale, pois, estar atento à abreviatura de santa. É a mesma de são e santo: S. Dulce dos Pobres, S. Antônio, S. João.
Viva! Um quarto de século com a inflação domada. A história começou em 27.2.94. Nesse dia, o governo editou a Medida Provisória 534. Com ela, lançou um programa que tinha o objetivo de estabilizar a economia e promover reformas no país. Viu? O ato de autoridade, quando especificado o número ou o nome, torna-se substantivo próprio. Escreve-se com a inicial grandona: Medida Provisória 534, Decreto […]
O Plano Real completa 25 anos. Como presente de aniversário, ele pede um favor: não confundi-lo com a moeda. O plano é nome próprio. Exige letra maiúscula: O Plano Real estabilizou a economia. O dinheiro, coitado, não passa de vira-lata. Escreve-se com letra minúscula como as demais moedas: real, dólar, euro, libra, peso.
“A crase não foi feita pra humilhar ninguém.” A frase de Ferreira Gullar fez escola. José Cândido de Carvalho adaptou-a para o sinalzinho de pontuação responsável por um mar de vítimas. “A vírgula”, escreveu ele, “não foi feita pra humilhar ninguém”. É verdade. Uma e outra têm papel definido. Contribuem para a clareza da mensagem. Dois casos servem de exemplo. Um Circula na internet uma […]
Nome de cidades, estados e países dá nó nos miolos. Com crase? Sem crase? Um jeito infalível de acertar sempre é substituir o verbo ir por voltar e orientar-se pela quadra: Se, ao voltar, volto da, Craseio o a. Se, ao voltar, volto de, Crasear pra quê? Volto de Brasília. Volto de? Crasear pra quê? Vou a Brasília. Fui à Brasília de JK. (Voltei […]
“Nas palavras e nas modas, observe a mesma regra: sendo novas ou antigas demais, são igualmente grotescas.”
“Depois de 20 anos, aconteceu o Acordo Mercosul-União Europeia”, disse o repórter. Certo? O fato ocorreu, mas… Acontecer não deve ser usado como curinga. No duro, no duro, ele tem a acepção de ocorrer de repente: Caso acontecesse o ataque, haveria muitos mortos. De repente, aconteceu: o raio caiu na piscina do hotel. O verbo é bem-vindo na companhia dos pronomes indefinidos (tudo, nada, todos), […]
A abreviatura é apressadinha. A língua colabora. Impõe regras para usá-las como manda o figurino. São três exigências. Uma: o ponto final. Outra: o s do plural. A última: o acento da grandona original: caps., cias., sécs., págs. Símbolos, pesos e medidas Hora, minuto, segundo, metro, quilograma, litro e respectivos derivados (quilômetro, grama, decilitro) jogam no time do sem-sem-sem — sem ponto, sem espaço […]
As siglas não dão folga. Você abre o jornal, lá estão elas. Liga a tevê, não dá outra. Conversa com os amigos, as danadinhas aparecem. É ONU pra cá, PT pra lá, PM, UTI, Detran pracolá. Até as pessoas se transformam em letrinhas. É o caso de FHC, redução de Fernando Henrique Cardoso. Como lidar com criaturas tão especiais? Dois cuidados se impõem. Um: a […]