Questão de gênero

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    “Quem de palavras tem experiência sabe que delas se deve esperar tudo”, repete José Saramago. Tradução: as palavras são enganadoras. Ao menor descuido, entramos na delas. Um dos perigos é o gênero do vocábulo. O masculino tem um significado; o feminino, outro. É o caso de cabeça. O cabeça quer dizer o chefe. A cabeça, parte do corpo. É o caso também de capital. […]

Tamanho certo

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    A releitura do texto tem quatro funções. Uma: checar as informações. Duas: corrigir os erros gramaticais. Três: eliminar as repetições. A última, mas não menos importante: cortar o desnecessário. Aí, aconselham os manuais, seja impiedoso. Ante a menor dúvida de redundância, pare, leia, corte.     Nem sempre damos bola pro conselho. Vale o exemplo: “O novo presidente do partido disse que vai pleitear mais […]

Cada um na sua

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    As palavras terminadas em  em são cheias de manhas. As paroxítonas não levam acento. É o caso de jovem, homem, nuvem. As oxítonas levam. Valem os exemplos de porém, também, armazém.     Volta e meia, esquecemos a idiossincrasia. Veja: “Aos 81 anos, a artista mantem-se em plena atividade”. Cadê o grampinho? Mantém joga no time de convém e detém. Pede o agudo.

Liberdade e libertinagem

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    As palavras são passeadeiras. Adoram dar voltinhas na frase. Mas a liberdade de ir e vir tem limites. Acaba onde começam as exigências da clareza e da coerência. Sem observar a baliza, aparecem pérolas como estas: Comprei uma meia de mulher de náilon. Haverá um seminário sobre Aids na Câmara dos Deputados.     A boa norma manda “amarrar” cada termo determinante ao respectivo termo […]

Lé com lé, cré com cré

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No corpo, tudo que existe aos pares tem harmonia. Temos duas orelhas, dois olhos, duas narinas, dois braços e duas pernas. Uma orelha é igual à outra, um olho igual ao outro, uma perna igual à outra. Eles são iguais porque têm funções iguais. A função dos olhos é enxergar; a dos ouvidos, ouvir; a das narinas, cheirar; a das pernas, andar; a dos braços, […]

Erramos

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“Aécio em campanha: votação expressiva nas eleições o credenciaram como principal líder da oposição no Congresso”, escrevemos na pág. 2. Viu? Bobeamos na concordância. O leitor Flatônio da Silva viu. Pediu correção. Ei-la: …votação expressiva nas eleições o credenciou como principal líder da oposição no Congresso.  

Cochilos da revisão

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Flatônio José da SilvaCara profa. Dad, Na coluna de ontem, saiu hífens (com acento), em vez de hifens (sem acento). Conforme você bem sabe, hífen tem acento porque se trata de paroxítona terminada em “n” (éden, cânon). Já hifens não, porque não se acentuam as paroxítonas terminadas em “ens” (itens, jovens, nuvens), e sim as oxítonas, desde que tenham mais de uma sílaba (reféns, deténs, manténs, parabéns, armazéns).

Erramos

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“De acordo com levantamento do Correio, nas últimas sete rodadas de todas as edições do Nacional desde 2006, os candidatos ao título têm um aproveitamento espetacular mesmo diante do rivais desesperados: 67%”, escrevemos na capa do Superesportes. Que confusão! Além do tropeço na concordância, o texto peca pela falta de clareza. Melhor: … nas últimas sete rodadas desde 2006, os candidatos ao título têm aproveitamento […]