Categoria: Geral
Dar e receber Presentear e cear pertencem ao vocabulário natalino. Ambos jogam no mesmo time. Cuidado com eles. Como passear, armam ciladas no presente do indicativo e do subjuntivo. O nós, orgulhosamente, esnoba o i. As outras pessoas, coitadinhas, carregam a vogal com resignação cristã: eu passeio (presenteio, ceio), ele passeia (presenteia, ceia), nós passeamos (presenteamos, ceamos), eles passeiam (presenteiam, ceiam); que eu passeie (presenteie, […]
Você sabia? Os reis magos souberam do nascimento de Cristo. Presentearam-no com ouro, incenso e mirra. Os dois primeiros são velhos conhecidos. O último nem tanto. Vale a curiosidade. Mirra é uma planta medicinal. Joga no time dos vira-latas. Encontra-se aqui e ali sem dificuldade. Era usada para embalsamar cadáveres. Daí, por extensão, ganhou o significado de secar, ressequir, diminuir, reduzir-se, minguar-se: O salário mirra, […]
Tornou-se lugar-comum falar na baixa qualidade do ensino. Em testes nacionais, comprova-se, ano após ano, o mau desempenho dos alunos, sem domínio das habilidades de ler, escrever e fazer as quatro operações. Em exames internacionais como o Pisa, os estudantes brasileiros figuram na rabeira dos concorrentes. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013 chama a atenção para o resultado da língua portuguesa. Mais de […]
“Uma cidade feliz, sem sobressaltos, e que melhore a cada dia a sua qualidade de vida”, escrevemos na pág. 20. Viu? Faltou paralelismo. A conjunção e liga termos iguais. No exemplo, que + que. Sem termos coordenados, ela fica fora. Assim: Uma cidade feliz, sem sobressaltos, que melhore a cada dia a sua qualidade de vida.
Fim de ano é época de presentes. A lembrancinha vai acompanhada de cartão. Na hora de escrever a mensagem, a dúvida bateu. “Espero que o livro possa contribuir…” Para ou com? (João Marcelo) Contribuir para significa concorrer para chegar a determinado fim: Espero que o livro contribua para seu sucesso. O luxo contribuiu para sua ruína. Contribuir com dá outra acepção ao verbo. Quer dizer […]
“E as abelhas, atraídas pela cores vibrantes, cumprem um dos seus papeis na natureza”, escrevemos na pág. 22. Olho vivo! A reforma ortográfica cassou o acento dos ditongos abertos ei e oi nas paroxítonas (ideia, joia). As oxítonas mantiveram o grampinho. É o caso de papéis e herói.
Cristo não foi pouca coisa. O nascimento do garotinho mudou a referência do tempo. Os acontecimentos anteriores à vinda dele receberam a marca antes de Cristo. Depois dele, depois de Cristo. A abreviatura é assim: a.C. e d.C. Desse jeitinho — o a e o d minúsculos. O C, majestoso, maiúsculo.
Na época do Natal, o coração fica molinho, molinho. Creches, asilos, instituições de caridade fazem a festa. O verbo doar vira vedete. Em evidência, ele impõe cuidados. Antes da reforma ortográfica, o hiato oo exigia chapeuzinho. Agora dispensa-o: eu doo, ele doa, nós doamos, eles doam.
Quero isso, quero aquilo. A meninada só conjuga o pidão. Mas, para escutar, Papai Noel impõe uma condição — empregar o verbinho como manda o figurino. Primeiro cuidado: construa o danado com objeto direto de coisa e indireto de pessoa: Rafael pediu uma bicicleta (objeto direto) a Papai Noel (obj. indireto). A mãe pede ao filho (obj. indireto) que não abuse do bom velhinho (obj. […]
“Segundo o socialista, a população já julgou o atual ocupante do Buriti nas urnas e nas reclamações pela situação do Distrito Federal”, escrevemos na pág. 17. Reparou? O Buriti só tem um ocupante. É o governador. O adjetivo atual sobra, não? Xô!