Categoria: Geral
Viva! A notícia circulou por Europa, França e Bahia. Não é pra menos. Libby Lane se tornou a bispa de Stockport, na Inglaterra. Desde 1534 a Igreja Anglicana não ordenava uma mulher na prestigiada função. O fato chamou a atenção por duas razões. Uma: o ineditismo. A outra: o feminino de bispo. Existe a forma episcopisa, que rima com papisa e poetisa. Mas pouca gente entenderia […]
“Protesto por atropelamento de Edimar Gomes, que pedalava quando foi atingido por um carro em zigue-zague, reúne cerca de 500 pessoas no Gama”, escrevemos na capa. Reparou? Demos recado contrário. Culpa da preposição por. Protesto por é reivindicação (protesto por melhores salários). No caso, o protesto é repulsa. Melhor: Protesto contra atropelamento de Edimar Gomes…
Cadê pagamento? Ninguém sabe, ninguém viu. Cadê décimo terceiro salário? Nem Deus sabe. Cadê remuneração pelas horas extras? Sabe-se lá. Cadê reposição das perdas que a inflação impôs? Sem resposta. Resultado: garis, médicos, professores, motoristas, aeroviários & cia. que ganha o pão com o suor do rosto cruzaram os braços. Trouxeram ao cartaz, com força total, a dissílaba greve. A palavra nasceu na França. Em […]
Sem trocas Trabalhadores não paralisam as atividades por nada. Eles reivindicam direitos ou vantagens. Muitos acertam na meta, mas tropeçam na língua. Ao falar em reivindicação, brindam a palavra com uma letra a mais. Dizem “reinvindicação”. Nada feito. Pra evitar acidentes de percurso, melhor treinar — pronunciar devagarinho as sílabas em voz alta: rei-vin-di-car, rei-vin-di-ca-ção.
Por falar em letra… Atenção, moçada antenada. Paralisia, paralisação, paralisar se escrevem assim mesmo — com s.
Aquiles, o herói grego Tétis tinha um desejo. Queria que o filho fosse imortal. Como? Consultou deuses, mágicos e feiticeiros. Descobriu. Ela teria de mergulhar o bebê nas águas do Rio Estige. Oba! Segurou o garotinho pelo calcanhar e obedeceu à ordem. O calcanhar não se molhou. Virou o ponto fraco do gurizinho. Com o banho, Aquiles ficou com o corpo fechado. Não sentia dor […]
“Paulo Roberto Costa acredita que Nestor Cerveró e Fernando Baiano podem ter embolsado até US$ 30 milhões”, escrevemos na pág. 2. Ora veja! Muitos mataram e enterraram o subjuntivo. Nós estamos entre eles. Mas o homem põe e o texto dispõe. O período exige que o ressuscitemos. Assim: Paulo Roberto Costa acredita que Nestor Cerveró e Fernando Baiano possam ter embolsado até US$ 30 milhões.
“Embora sendo justas, as reivindicações dos trabalhadores não podem ser atendidas”, diz o secretário ao falar sobre a greve de servidores. Convenceu? Não. O homem tropeçou em estrutura pra lá de sofisticada. Trata-se do emprego da conjunção embora. A trissílaba bate pé e não abre. Inimiga do gerúndio, recusa a companhia de sendo, amando, partindo etc. e tal. A mocinha exige o subjuntivo: Embora sejam […]
“Não está descartado que represas como a de Cantareira sequem, provocando estragos na economia e no estado e do país”, escrevemos na pág. 8. Viu? Faltou releitura. Melhor: … provocando estragos na economia do estado e do país.
Alberto Nisman apareceu morto no apartamento dele em Buenos Aires. Ao lado, uma arma. As autoridades não perderam tempo. Rapidinho disseram que ele havia tirado a própria vida. Ninguém acreditou. Os argentinos juram que não foi suicídio. Foi homicídio. Enquanto não chegam a acordo, vale lembrar. Suicidar-se é sempre, sempre mesmo, pronominal (eu me suicido, ele se suicida, nós nos suicidamos, eles se suicidam): Nisman […]