Categoria: Geral
“A linguagem da verdade é simples.”
“Depois de sete ganhadores diferentes nas sete primeiras provas, três pilotos despontam como candidatos a protagonizar a façanha”, escrevemos na capa do Super Esportes. Reparou no desperdício? O primeiro sete sobra. Melhor: Depois de ganhadores diferentes nas sete primeiras provas…
O documento da Rio + 20 estava cheio de colchetes. Que diabo é isso? Temas polêmicos dificilmente obtêm consenso. O problema pode ser um parágrafo, um período, uma palavra. Pra não travar os debates, coloca-se o pomo da discórdia entre colchetes e segue-se em frente. Depois, volta-se a ele. Colchete [ ] é um dos tantos sinais gráficos existentes na língua. Joga no time […]
“O primeiro deles foi o cancelamento das prévias para que o ex-ministro da Educação Fernando Haddad fosse o ungido o cargo”, escrevemos na pág. 7. Ops! Pisamos a regência. Ele foi ungido para o cargo, não? Melhor: O primeiro deles foi o cancelamento das prévias para que o ex-ministro da Educação Fernando Haddad fosse o ungido para o cargo.
Ambientalistas se frustraram com o resultado da Rio + 20. Alguns organizaram coreografias criativas. Andaram para trás. Outros exibiram cartazes. Não faltaram passeatas e gritos de indignação. Todos conjugaram um verbo. É protestar. O trissílabo pede atenção à regência. A mudança de preposição causa estragos. Olho vivo. Protestar contra = insurgir-se: Os ambientalistas protestaram contra o resultado da Rio + 20. Nós protestamos contra o […]
A palavra da semana? Com a Rio + 20, foi meio ambiente. A celebridade chama a atenção. Cutuca os curiosos. Remete às origens do vocábulo. A criatura nasceu latina. As duas primeiras sílabas (ambi) querem dizer de ambos os lados, ao redor. As duas outras (ente) vêm de esse, particípio do verbo ser. Juntas, dão nome a tudo que nos rodeia — seres do mundo […]
Grandes conferências da ONU são revistas a cada 10 anos. Em 1992, o Rio sediou a Rio-92. Dez anos depois, a Rio + 10. Em 2012, a Rio + 20. Prepare-se, pois. Conjugue o verbo sediar como manda a gramática. Ele joga no time de premiar. Um e outro se flexionam do mesmo jeitinho: premio (sedio), premia (sedia), premiamos (sediamos), premiam (sediam); premiei (sediei), premiou […]
“O aposentado Rodrigo Alcântara, que costuma passar pelo balão, fala que o canteiro está sempre bem cuidado”, escrevemos na pág. 30. Viu? Trocamos as bolas. Falar não é dizer. O verbo declarativo é sempre dizer. Na dúvida, faça a substituição. Se couber dizer, dê-lhe a vez. É o caso: O aposentado Rodrigo Alcântara, que costuma passar pelo balão, diz que o canteiro está sempre bem cuidado.
Sabia? O substantivo também pode mudar de galho. Recorramos a Machado de Assis: “Não sou um autor defunto, mas um defunto autor”, explicou. Viu? Ele brincou com dois nomes para se definir. Autor é substantivo. Defunto também. Qual é o substantivo? É o que vem na frente. Autor defunto (escritor que morreu), defunto autor (defunto que virou escritor). São os mistérios de Memórias póstumas […]
Exemplo de outra conjunção que vira casaca? Em “Disse que aderiria à campanha”, a monossílaba (que) desempenha a função para a qual foi criada — introduz oração. Mas, cansada de mesmice, faz amizade com o artigo, o pronome ou o numeral. Entra, então, no time dos substantivos. Na nova classe, ganha acento e plural: Corte os quês da redação. Esse quê me faz perder pontos […]