Categoria: Geral
“Ontem, a falta de energia ocorreu entre 20h55 e 21h20”, escrevemos na pág. 11. Viu? Deixamos as pobres horas no desamparo. Elas andam sempre, sempre mesmo, acompanhadas de artigo. Assim: Ontem, a falta de energia ocorreu entre as 20h55 e as 21h20.
Na aula de química, surgiu discussão acalorada. O pomo da discórdia não era a matéria, mas a pronúncia da palavra exotérmica (liberação de calor para o meio externo). O professor disse “equisotérmica”. Alunos reclamaram. Juravam que a prosódia é “ezotérmica”. E daí? (Vinicius Reis) Vamos ao dicionário? Ele diz que a razão está com a moçada. O x se pronuncia z. Superdica: O x, depois […]
Bastante joga em dois times: Num, varia. Concorda com o substantivo a que se refere: Li bastantes livros. Farei a exposição com bastantes detalhes. No processo, há provas bastantes para condenar o réu. Noutro, não varia. Pode, na dúvida, ser substituído por muito — assim, no singular: Comi bastante (muito). Falou bastante (muito), mas não convenceu. Lê bastante (muito), até se sentir exausto.
O julgamento do mensalão bate recordes de audiência. Não é por acaso. Além de erudição, dá aulas de português. Corréu é a vedete. O prefixo co- dá ideia de companhia, sociedade. A reforma ortográfica fez um favor para o monossílabo. Livrou-do do hífen. Com ele, agora, é tudo colado: coautor, corresponsável, coerdeiro e, claro, corréu.
Tereza Lúcia conta: Esta é a indagação que alguém fez para um blogue: — Algum dos réus já fugiram? Giuseppe respondeu: — Se algum fugiram, não foram eu. É isso. Algum dos, alguma dos pedem o verbo no singular: Algum dos réus já fugiu? Alguma das alegações foi contestada?
JOAQUIM FALCÃO Professor de direito da Fundação Getulio Vargas (FGV) Terminou sem acordo a reunião proposta pelo ministro Luiz Fux para tentar chegar a um entendimento para extinguir o mandado de segurança em que Instituto de Advocacia Racial (Iara) pretende impor condições para a adoção de livros de Monteiro Lobato nas escolas públicas brasileiras. Após ter levado a questão à Secretaria de Políticas da Promoção […]
“Brasil só passa o Paraguai em PIB”, escrevemos na pág. 14. Leitores reclamaram. Entenderam que o Brasil estava adiante do país vizinho somente no PIB e atrás dele em todo o resto. Questão de ambiguidade do enunciado. Melhor dar-lhe clareza. Talvez assim: PIB: Brasil só ganha do Paraguai.
Poderia me dizer as regras do hífen depois do anti? (Alvarez) Anti- joga no time da maior parte dos prefixos. Pede hífen quando seguido de h ou quando duas letras iguais se encontram (anti-histórico, anti-islamismo). No mais, é tudo colado (anticorrupção, antiético, antirregional). Ops! Olho vivo! Como a língua não admite maiúsculas no meio da palavra, a saída é o tracinho: anti-Dilma, anti-Serra, anti-Haddad.
“A arte deve ser mentira verdadeira, não falsa verdade.”
“A bola rola redonda”, escreveu Juca Kfouri. Quem leu bancou o Proust. Lembrou-se de outra frase, pra lá de popular: “Skol, a cerveja que desce redondo”. Minhocas se instalaram na cabeça das atentas criaturas A razão: as frases se parecem. Mas, numa, redonda sobressai. Noutra, redondo. Qual delas obedece à norma culta? Resposta: ambas. Os períodos jogam em times diferentes: 1. Numa, redondo é adjetivo. Indica o […]