Categoria: Geral
“Nós mulheres, lutamos muito por uma igualdade”, escrevemos na capa do Diversão&Arte. Viu? Tropeçamos na vírgula. Como está, o sinalzinho separa o sujeito do verbo. É frasecídio. Melhor corrigir: Nós, mulheres, lutamos muito por uma igualdade.
O calo mais doloroso da língua? É a vírgula. São tantas informações desencontradas que a moçada mergulha em mar revolto de confusão. Alguns dizem que o emprego do sinalzinho depende do gosto do freguês. A gente o põe onde tem vontade. Outros afirmam que basta ler a frase. Parou pra respirar? Pronto. Taca-lhe a pausa. Aí surge um problema. Como os asmáticos vão se virar? […]
Que bicho é esse? Coordenado significa ordenado ao lado do outro. Imagine que você esteja no cinema. Há vários espectadores. Um é independente do outro. Tem sua cabeça, suas pernas, seus olhos. Eles escolhem um lugar e sentam-se. Para não ficarem embolados, o descanso da poltrona os separa. Os cinéfilos ficam coordenados. A língua imita a vida. Na frase, também aparecem termos independentes. A única […]
Pras cucuias Na separação dos termos compostos, o e brinca de esconde-esconde. Ora aparece. Ora some. É capricho? Não. Ele manda um recadinho aos leitores. Examine as duas frases: Na feira, comprei laranja, pera, maçã, abacate e figo. Na feira, comprei laranja, pera, maçã, abacate, figo. Reparou? A presença do e diz: comprei só as frutas enumeradas. Nenhuma mais. A ausência do ezinho significa que […]
Refrescando a memória Lembra-se das conjunções coordenativas? São aquelas cinco que todos os alunos sabem de cor e salteado: aditivas (e, nem), adversativas (mas, porém, todavia, contudo, no entanto), alternativas (ou, ou; ora, ora), explicativas (pois, que, porque), conclusiva (pois, portanto, logo). Assim como existem termos coordenados, existem as orações coordenadas. Elas se dividem em dois grupos: 1. Assindéticas. Elas querem distância da conjunção. Ficam […]
Caso especial O e ficou de fora? Ficou. Ele detesta excessos. Por isso, dispensa a vírgula: Trabalho e estudo. Vou a Pernambuco e depois à Paraíba. Só num caso vai de dose dupla. Aí, impõe duas condições. Uma: as orações têm que ter sujeitos diferentes. A outra: a possibilidade de provocarem confusão. Veja: O Estado Islâmico atacou Palmira e a Síria reagiu. Percebeu? O período […]
“Segundo ele, o sistema é a única maneira de se captar recursos na esfera federal”, escrevemos na pág. 25. Viu? Desperdiçamos palavras. O se sobra. Melhor: Segundo ele, o sistema é a única maneira de captar recursos na esfera federal.
“Pois nunca como antes se roubou tanto nesse país”, escrevemos na pág. 2. Ops! Trata-se do país onde o falante está. É a vez do este. Melhor: Pois nunca como antes se roubou tanto neste país.
A GloboNews anuncia especial para julho. “Fomos a Brasília ver as maiores quadrilhas do país”, diz de olho no duplo sentido. Em seguida, completa: “Não, não é isso. Trata-se do maior arrasta-pé do país”. O texto joga no duplo sentido da palavra quadrilha. Ao se referir à capital da República, lembra as roubalheiras praticadas por Suas Excelência. Ao falar em arrasta-pé, traz à luz […]