Sabia? Gorjeta pertence à família de gorjeio e gorjear. As palavras se escrevem com j por uma razão simples como andar pra frente. Elas derivam de gorja, que significa garganta. A história vem de longe. Nos tempos em que Adão e Eva usavam fraldas, já se usava gratificar alguém com um agradinho. Podia ser dinheiro. Ou um golinho de bebida — pra molhar a goela. […]

Casinha se escreve com s. Mãezinha com z. Por quê? O som é tal qual. Mas as letras… A família, outra vez, se impõe. Guarde isto: não existe o sufixo -zinho ou -sinho. O sufixo é -inho. Ele se cola ao radical da palavra. Se o radical tem s, o s se mantém. Se não tem, precisa-se de uma consoante de ligação. O z, então, […]

Pião e peão? É isso mesmo. As duas palavras são irmãzinhas. Ambas derivam de pé. Em Portugal, a dissílaba dá nome ao pedestre. No Brasil, ao trabalhador rural. Também ao valentão que doma animais chucros. Como não confundir os dois irmãos? É fácil. Pião, o brinquedo, tem forma de pirâmide — as milenares construções egípcias. Daí o i.   

A língua obedece a um mandamento. Este: respeitai a família acima de tudo. Graças a ele, mistérios de grafia se desvendam como num toque de mágica. Vale o exemplo de obcecado. Por que se escreve com c? “O menino é o pai do homem”, responderia Machado. E é. O pai do adjetivo que dá nó em fumaça é cego. Daí o c. Obcecada é a […]

“A razão é inimiga da imaginação.”

Há alegrias e alegrias. Existem pessoas com alegria discreta. Os olhos brilham. O sorriso se esboça. O corpo ganha leveza. Como o todo fala, a voz se torna dispensável. Existem também as criaturas com a alegria espaçosa. Gargalham. Falam alto. Pertencem ao tipo “cheguei”. Se pendurarem melancia no pescoço, não aparecerão tanto. São esfuziantes. Com z. Sabe por quê? A palavra vem de fuzil. As […]

Pantomima é isto — representação teatral em que os atores se comunicam por mímica. Daí o m. A arte não constitui exclusividade de pessoas que atuam nos palcos. Gente como a gente pode transmitir ideias por meio de gestos. É o seu caso?