Categoria: Geral
“29 — número de gravuras feitas por J. Borges sobre sua própria biografia”, escrevemos na capa de Diversão & Arte. Reparou no pleonasmo? Sua própria é redundância. Melhor economizar. Assim: 29 — número de gravuras feitas por J. Borges sobre a própria biografia.
Os ingleses não se cansam de homenagear a rainha. Há mais de um ano festejam os 60 anos de reinado de Sua Majestade. Ontem foi a vez da missa. As cabeças coroadas do Reino Unido se ajoelharam e rezaram. Elas fazem parte da realeza. O fato inspirou uma diquinha de português. Substantivos abstratos derivados de adjetivo escrevem-se com z. É o caso de real (realeza), […]
Os brasileiros adoram novidades. Pintou uma, lá estão eles. Uma das últimas é o colchão com selo de qualidade. Doravante, não basta dizer que o produto é bom. Tem de provar. Ao saberem do fato, muitos caíram em baita esparrela. Confundiram colchão com coxão. Olho vivo. Nós descansamos o corpo no colchão. Mas comemos coxão, de coxa, que pode ser mole ou duro. Depende do […]
“Minha obsessão é a palavra exata, que define exatamente o que você quer dizer. A palavra mal utilizada e a frase mal construída me deixam bastante incomodado. E-mail com erro me irrita. Hoje em dia, as pessoas estão escrevendo de forma muito descuidada. Eu não mando nenhuma mensagem sem reler. É um respeito com o destinatário, da mesma forma que um texto jornalístico bem escrito […]
Ocorrem mudanças na maneira de o povo da televisão falar, que acaba passando para o rádio, os jornais e, depois, o público em geral. Por exemplo: até uns 20 anos atrás, falava-se “risco de vida”, o que entendo certo, pois era usado quando havia risco para a vida da pessoa. De um tempo pra cá, passaram a dizer “risco de morte” (risco de ocorrer morte). Até aceito […]
“A crase”, brincou Ferreira Gullar, “não foi feita pra humilhar ninguém.” O poeta maranhense tem razão. O sinalzinho foi feito pra indicar a fusão de dois aa. Um deles: a preposição a. O outro: em geral o artigo definido. Ora, o a é feminino. Portanto, a crase só ocorre antes de nomes que usam salto alto e batom. Às vezes, o artigo brinca de esconde-esconde. […]
A escola ensina e repete a regra da quebra de ditongo. Lembra-se dela? É esta: o i e o u devem ser acentuados se preencherem quatro condições. Uma: ser antecedidos de vogal. Outra: formar sílabas sozinhos ou com s. Mais uma: ser a sílaba tônica da palavra. A última: não ser seguidos de nh. É o caso de ba-ú, sa-ú-va, sa-í, sa-í-da, a-tri-bu-í-da. A questão: […]
Ufa! Quem escreve não tem folga. Estuda muito, todos os dias. Consulta gramáticas e dicionários. Frequenta blogues. Pergunta a amigos e colegas sobre isto ou aquilo. Aprende sempre. Mas não sana todas as dúvidas. Algumas permanecem. Outras nascem no percurso da pesquisa. É como tirar camadas da cebola. Tira-se uma, outra aparece. Tira-se a nova. Pintam outras, outras e outras. Muitas batem à porta da coluna. […]
“Pode-se ser mais esperto do que outra pessoa, mas não do que todos os outros.”
“Proposta de Medida Provisória promove analistas e técnicos com formação em contabilidade para a elite do funcionalismo federal”, escrevemos na capa. Ops! Tropeçamos nas maiúsculas. Textos legais só se escrevem com iniciais grandonas em dois casos: quando são numerados (Medida Provisória 310, Lei 1.542, Decreto 234) ou batizados com este ou aquele nome (Medida Provisória das Mensalidades Escolares, Lei de Diretrizes e Bases da Educação). […]