Drummond genial

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“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui […]

Leitor pergunta

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O Diario de Pernambuco escreveu na capa: “Ariano Suassuna retornou as atividades em aula-espetáculo ontem”. Mais adiante, na página seguinte, dobrou a dose: “Quatro meses após sofrer um infarto, o escritor Ariano Suassuna, 86 anos, retornou as atividades”. E, lá no finzinho da matéria, novamente: “Ainda não há previsão para quando Ariano vai retornar a rotina de apresentações”. Além de abusar do verbo retornar, o […]

Quem é bobo?

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Bobo é quem pensa que o leitor é bobo. A pessoa que se debruça sobre o jornal exige informação de qualidade. É aí que caminhos se encontram ou se desencontram. Excelência jornalística pressupõe excelência linguística. É com palavras que a apuração chega ao público. Óbvio? Claro que sim. Mas repórteres bobeiam. João Manoel Moreira Aparecida pôs o dedo na ferida de profissionais que não estão […]

Erramos

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“Os dois partidos novatos terão 47 cargos cada a partir de janeiro”, escrevemos na pág. 4. Na mesma página, “96 — quantidade de cargos para o PSD, cuja bancada atual conta com 41 deputados”. Viu? Há faltas e sobras. Cada não suporta a solidão. Precisa sempre, sempre mesmo, de companhia (cada um, cada partido, cada casa). O atual sobra. O contexto não deixa dúvida. Só pode […]

Xô, intolerância (5)

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Prêmio Quer ganhar um bombom Godiva? Então vamos lá. Corrija os dois mostrengos que aparecem a seguir. Como? Dê passagem ao cujo: 1. A mulher que o filho viajou vai se mudar daqui. 2. O Rio de Janeiro, que o réveillon atrai milhares de pessoas, se prepara pra receber os turistas. Gramas a mais 1. A mulher cujo filho viajou vai se mudar daqui. 2. O […]

Xô, intolerância (4)

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Terceiro requisito Dê atenção ao recado. O cujo, como todo relativo, junta duas frases. No caso, uma indica posse. Ao convocá-lo, evita-se a repetição de palavras. Oba! O enunciado fica chique como pérolas negras. Aprecie: Joaquim Barbosa recebeu aplausos da população. A atuação de Joaquim Barbosa (dele) mereceu destaque internacional. Feio, não? Joaquim Barbosa em dose dupla ninguém aguenta. A repetição torna a frase pobre […]

Xô, intolerância (3)

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Segundo requisito Deixe o artigo pra lá. Nunca escreva cujo o, cuja a, cujos os, cujas as. Nunca mesmo. A dupla pega mal como bater em mulher, andar sem cinto de segurança ou jogar lixo na rua. Veja um exemplo: Os fluminenses, cujo o time escapou da desclassificação, comemoraram a vitória envergonhada. Xô, tapetão! Melhor: Os fluminenses, cujo time escapou da desclassificação, comemoraram a vitória […]