Categoria: Geral
É comum eu ler textos ou ouvir entrevistas na TV em que se escreve ou se fala mais ou menos assim: “há aproximadamente 10 anos, mais ou menos”, “cerca de 15 dias, mais ou menos”, “por volta de quase duas semanas”. Não há palavras sobrando nas frases? (Heleno Oliveira Moraes) Claro que sim. São redundâncias viciosas. O aproximadamente dispensa o mais ou menos. O cerca […]
Na língua como na folia, existe o bloco dos vira-latas. Os sem-pedigree escrevem-se com a inicial minúscula. É o caso de carnaval, momo, quarta-feira de cinzas, quaresma. O plural? Carnavais, momos, quartas-feiras de cinzas, quaresmas.
“A palavra povo tinha um sentido exato quando se podiam ajuntar todos os cidadãos de uma cidade ao redor de um outeiro, num Campo e Marte. Mas o crescimento do número, a passagem da ordem dos milhares à dos milhões, fez da palavra um termo monstruoso, cujo sentido depende da frase em que entra. Ela designa ora a totalidade indistinta e nunca presente em lugar […]
“Todos os brasis na Sapucaí”, escrevemos na pág. 4. Acertamos no plural. Mas bobeamos no tamanho. Nome próprio plural continua nome próprio. Escreve-se, por isso, com a inicial grandona. Assim: Todos os Brasis na Sapucaí.
Caras lavadas Olho vivo, folião! As palavras têm várias leis. Uma delas: quanto mais confusão, melhor. Em bom português: a enganação corre solta. Muitas fingem ter duas grafias. Mas não têm. Vale o exemplo de cinquenta. Desavisados pra lá de confiantes escrevem “cincoenta”. Bobeiam. A trissílaba, morta de rir, sai por aí cantando: “Enganei o bobo na casca do ovo”. Que Deus nos proteja! Quer mais? […]
Mascaradas Vamos combinar? A máscara disfarça. Dá a impressão de que o mascarado é outra criatura. Não é. Lá atrás permanece o original. Na língua também há seres com duas faces. Apesar da fantasia, ambas são uma. Há duplicidade na concordância, na regência, na pronúncia, na colocação dos termos no período. A grafia não fica atrás. Quatorze ou catorze? Tanto faz. Porcentagem ou percentagem? As […]
A língua adooooooooora carnaval. Coberta de plumas e paetês ou de cara lavada, pula nos salões, desfila nas passarelas, solta a voz em sambas e marchinhas. Resgata, com jeitinho verde-amarelo, as saturnais romanas — festas que celebravam a volta da primavera. A estação simboliza o renascer da natureza depois do rigor do inverno. Era período pra lá de alegre. Os servidores públicos entravam em recesso. […]
Adão, o primeirão Oba! Nasceu o mundo. Deus criou o céu, as estrelas, o Sol e a Lua. E encheu o ar de pássaros. Criou o mar. E povoou as águas de peixes, peixinhos e peixões. Criou a Terra. E soltou a bicharada pelas matas e florestas. Era o paraíso. Mas faltava alguém superior. Quem? O Senhor pensou, pensou, pensou. Então pegou pó da terra […]
“Ao mesmo tempo, a análise de aliados ou adversários dos EUA — Cuba, China, Rússia, Israel etc — revela que o dossiê não é mero esforço de propaganda”, escrevemos na pág. 15. Cadê o ponto? Etc., como pág. e séc., não abre mão do ponto. Assim: Ao mesmo tempo, a análise de aliados ou adversários dos EUA — Cuba, China, Rússia, Israel etc. — revela […]
“Pode-se ser mais sabido do que outro qualquer, mas não do que todos os demais.”