Categoria: Geral
Mãe & cia. A palavra mãe formou senhora família na língua. Dois membros são pra lá de conhecidos. Um deles: madrinha. Na origem, a trissílaba é diminutivo. Quer dizer mãezinha. Ela é a substituta da mãezona. O outro: madrasta. Quando nasceu, o vocábulo dava nome à relação da nova mulher do paizão com os filhos da outra. Talvez por influência dos contos de fadas, o […]
JAIME PINSKY Historiador, professor titular da Unicamp, diretor da Editora Contexto, autor de Por que gostamos de história, entre outros livros Do Senado, duas notícias, uma boa e outra má. A boa: parece que temos senadores preocupados com o ensino de português. A má: querem alterar outra vez nossa ortografia, agora radicalmente, com a esperança de que, com isso, alunos possam obter melhores […]
“Fui a tudo quanto é canto nesse país e ainda vou a mais”, escrevemos na pág. 4. Trata-se do país em que ela está, não? O este pede passagem: Fui a tudo quanto é canto neste país e ainda vou a mais.
Ocorre crase em “O bom filho a casa torna”? (Rafael Noronha) Ops! A questão retoma lição pra lá de repetida. A casa onde moramos dispensa o artigo. Dizemos “estou em casa”, “saí de casa”, “entrega em casa”. Sem o pequenino, nada de crase. Mas, se a palavra estiver determinada (casa dos avós, casa de Maria), o conto muda de enredo. A casa pede artigo. Com ele, […]
O Brasil abriu as fronteiras para os haitianos expulsos pela pobreza. Dá-lhes abrigo, comida e autorização para trabalhar. A movimentação dos novos moradores vira notícia. Fala-se em emigração e imigração. Olho vivo. Uma letra faz a diferença. O ato de sair do país é emigrar. O de entrar, imigrar: Ao emigrar, Jean chorou muito. Deixava pra trás a família, os amigos, a história. Como imigrante, […]
“Marcha à ré na lei dos caminhoneiros é a reação de um Brasil que repele a modernidade econômica”, escrevemos na pág. 9. Viu? Deperdiçamos um acento. Marcha a ré se escreve assim — sem crase e sem hífen.
O Brasil enlouqueceu? Não. Mas há comportamentos muito doidos. Valem dois exemplos. Um vem de Recife. No Estádio Arruda, vaso sanitário voa e mata torcedor que tira foto da torcida. O outro, do Guarujá: justiceiros lincham dona de casa. Por quê? Confundem-na com retrato falado de sequestradora de crianças. Simples assim. Além de indignação e protestos, os crimes suscitaram dúvidas. Uma sobre grafia. Voa tem […]
“O acesso ao Park Way, Lago Sul, Candangolândia e Núcleo Bandeirante ganha pistas exclusivas”, escrevemos na pág. 21. Esquisito, não? Misturamos artigos femininos e masculinos num saco só. Melhor separar alhos de bugalhos. Que tal assim? O acesso à Saída Sul — Park Way, Lago Sul, Candangolândia e Núcleo Bandeirante — ganha pistas exclusivas.
(Colaboração de Roldão Simas Filho)
Tenho uma dívida quanto à flexão do verbo haver. Há de existir dias melhores? Hão de existir dias melhores? Sei que, em locução verbal, o verbo principal é o segundo e se mantém no infinitivo. O auxiliar se flexiona concordando com o sujeito. Existe sujeito nessa frase? (Fernando Cavalcanti) No seu exemplo, haver é verbo auxiliar. Flexiona-se em todas as pessoas (hei de estudar, há […]