Categoria: Geral
Ufa! A greve dos motoristas de ônibus fez estragos na capital paulista. Alguns previsíveis. É o caso de filas, congestionamentos e trabalhadores de braços cruzados. Outros surpreendentes. Um deles: trombadas na língua . Repórteres experientes caíram em armadilhas pra lá de conhecidas. Dois verbos responderam pelas colisões. Um deles: intervir. O outro: intermediar. Trombada 1 De manhã cedinho, ao dar informação sobre o andamento da […]
Trombada 2 “O Ministério do Trabalho intermedia as negociações entre empresários e motoristas”, disse o repórter. Viu? O descuido é comum. Muita gente — boa ou nem tanto — bate no verbo intermediar. Nem se lembra de que ele pertence a grupo pra lá de perigoso. Trata-se da Gangue do MARIO. O nome se formou da letra inicial de cada membro: mediar, ansiar, remediar, incendiar […]
“A encenação de uma CPI chapa branca”, escrevemos na capa. Viu? Esquecemos o hífen. No sentido de submissão ao governo, a duplinha vem colada. Melhor: A encenação de uma CPI chapa-branca.
A empresa fornece mais informações ou maiores informações? Guarde isto: informação joga no time de detalhe e comentário. Nenhum membro do trio se mede por metro. Convém, por isso, que a empresa forneça mais informações, mais detalhes, mais comentários.
“O deputado estadual José Riva é acusado de manter o mesmo esquema de lavagem de dinheiro”, escrevemos na pág. 3. Reparou no pleonasmo? Se vai manter, se pode ser o mesmo. Se não for o mesmo, mude-se o verbo. Que tal mudar? Ou alterar? Melhor: O deputado estadual José Riva é acusado de manter o esquema de lavagem de dinheiro.
“O ministro Teori Zavascki liberou os presos na Operação Lava-Jato. OK. Agora é esperar que não sumam a jato também.” (Cláudio Humberto)
Ops! Que medão! A dengue assusta as delegações que chegam ao Brasil para a Copa. A imprensa faz o que tem de fazer. Noticia. Acerta na decisão, mas nem sempre na propriedade vocabular. Não falta quem escreva que jogadores podem ser “mordidos” pelo mosquito da dengue. Vamos combinar? Cachorro morde. Mosquito pica. Ou dá picadas.
Modismos chegam devagarinho. Como quem não quer nada, ganham espaço, caem na boca do povo e chegam aos noticiários classe A. É o caso do “por conta de” no sentido de “por causa de”. O Aurélio não registra essa acepção. O Houaiss a abona. Não se trata, pois, de certo ou errado. Mas de abuso. A locução virou praga. Que tal variar?
“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”