Categoria: Erramos
“Entrei super pilhado e ganhei”, escrevemos na pág. 8 do Super Esportes. Bobeamos. Super pede hífen quando seguido de h ou r. No mais, é tudo colado: super-homem, super-região, supermercado, superativo. E, claro, superpilhado.
“Para janeiro, a presidente deverá fazer alguns ajustes para preencher ministérios cujos os ministros sairão para disputar as eleições municipais”, escrevemos na pág. 6. O pronome relativo é o calo mais doloroso da língua. Hoje o maltratamos. Sem piedade lhe demos a companhia do artigo. O pobre sentiu arrepios. A razão: o cujo é alérgico à criatura. Melhor: Para janeiro, a presidente deverá fazer alguns […]
“Dentre as despesas, foi me cobrado uma averbação de baixa de hipoteca”, escrevemos na pág. 24. Viu? Um período, dois tropeços. Um deles: a preposição. Em vez de dentre, o entre pede passagem. O outro: a concordância. O que me foi cobrado? A averbação. Melhor: Entre as despesas, foi-me cobrada uma averbação de baixa de hipoteca.
“A mãe que acusou a filha de ter jogado os filhos gêmeos pela janela, afirma que ela sofre de depressão pós-parte”, escrevemos na pág. 8. O texto é pequeno, mas não escapou de tropeços. São três. Um: frasecídio (separou o sujeito do verbo). A vírgula sobra. Outro: ambiguidade. Ela quem? Pode ser a mãe ou a filha. O último: grafia. Em vez de parto, aparece parte.Valha-nos, Deus!
“Como trata-se de área pública, os ocupantes terão de pagar novamente pelos terrenos”, escrevemos na pág. 32. A colocação dos pronomes no Brasil é pra lá de livre. Pode-se quase tudo. Mas não se pode desrespeitar a atração. O como é conjunção subordinativa. Parece ímã. Atrai. Melhor: Como se trata de área pública, os ocupantes terão de pagar novamente pelos terrenos.
“Quase todo dia, vejo policiais no horário da manhã e durante o almoço”, escrevemos na pág. 30. Viu? Caímos na cilada do todo. No singular, acompanhado de substantivo, equivale a qualquer (todo dia é dia, todo homem é mortal). Não é o significado da frase. Melhor dar a César o que é de César: Quase todos os dias (diariamente), vejo policiais no horário da manhã […]
“O deputado afirma que a Embaixada dos EUA não se posicionou à comissão externa da Câmara sobre a devolução dos contêineres. Protógenes diz que o relatório final vai pedir ao presidente da Câmara, Marco Maia, que represente os EUA junto à ONU e à OMS”, escrevemos na pág. 8. Viu? Dois tropeços na regência. No 2º período, o descuido deu sentido contrário à frase. Melhor […]
“O duro é saber que outros virão sem que se tenha atuado fortemente na prevenção de”. Assim termina o olho da coluna da pág. 4. Cadê o finzinho? O gato comeu. Que tenha indigestão.
“Motoristas são mal-formados”, é título da pág. 22. “O conta do medo”, da pág. 8 do Super Esportes. A consulta ao dicionário diz que malformados se escreve assim, tudo colado. A releitura denuncia o descuido. Conta, substantivo feminino, pede companhia feminina — a conta.
“Para sorte deles, é no Senado onde os peemedebistas dão as cartas”, escrevemos na pág. 4. Viu? Atropelamos a partícula de realce é que. A coitada ganhou outra cara — é onde. Nada feito. Melhor tirar a máscara e lhe devolver a face original: Para sorte deles, é no Senado que os peemedebistas dão as cartas.