Categoria: Erramos
“De um tigre a um castelo alugado, usou e abusou de tudo o que tinha direito”, escrevemos na pág. 3 de Diversão & Arte. Ops! Tropeçamos no erro mais sofisticado da língua — o pronome relativo preposicionado. (Quem tem direito tem direito a alguma coisa.) Melhor: De um tigre a um castelo alugado, usou e abusou de tudo a que tinha direito.
“…manutenção dos avanços sócioeconômicos brasileiros”, escrevemos na pág. 2. Ops! Dois acentos gráficos em uma palavra? O português rejeita. Agudos e cincunflexos só têm vez na sílaba tônica. A fortona é uma só. Melhor: … manutenção dos avanços socioeconômicos brasileiros.
“Correios é alvo de nova suspeita”, escrevemos na capa. Viu? Tropeçamos na concordância. É que o verbo ser em geral joga em dois times. Pode concordar com o sujeito ou o predicativo. Mas há ocasiões em que uma forma se impõe. É o caso do nome próprio sobre o comum. Melhor: Correios são alvo de nova suspeita.
“Os números da política fiscal têm piorado desde meados de 2012, desde quando o Tesouro passou a fazer frequentes manobras contábeis”, escrevemos na pág. 7. Reparou no desperdício? O segundo desde sobra. Xô! Assim: Os números da política fiscal têm piorado desde meados de 2012, quando o Tesouro passou a fazer frequentes manobras contábeis.
“O diretor do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, não acredita que as projeções da autarquia sejam otimistas”, escrevemos na pág. 7. O texto diz que o BC só tem esse diretor. Engana-nos. que tal fazer as pazes com a verdade? O termo restritivo dispensa vírgulas: O diretor do Banco Central (BC) Carlos Hamilton Araújo não acredita que as projeções da autarquia sejam otimistas.
“É um dos calcanhares de Aquiles do país”, escrevemos na pág. 5. Aquiles, o herói grego, é nome próprio. Daí a inicial maiúscula. Mas calcanhar de aquiles é nome comum. Como castanha-do-pará, pau-brasil e joão-de-barro, escreve-se com letra pequenina. Melhor: É um dos calcanhares de aquiles do país.
“O médico estava na UTI há duas semanas”, escrevemos na pág. 6. Ops! Cadê a correlação verbal? Imperfeito pede imperfeito. Assim: O médico estava na UTI havia duas semanas.
“Do jeito que está, não fica, disse Beto, à imprensa”, escrevemos na pág. 6. Ops! Separamos o verbo do objeto. É proibido. Melhor fazer as pazes com a lei. Assim: “Do jeito que está, não fica”, disse Beto à imprensa.
“O PAS é uma maneira mais fácil de conseguir entrar na universidade”, escrevemos na pág. 25. Ops! Que desperdício de palavras! Que tal economizar? Assim: O PAS é maneira mais fácil de entrar na universidade.
“Piketty mostrou que, ao considerar dados do imposto de renda, é possível medir mais adequadamente a desigualdade”, escrevemos na pág. 4. Cadê a majestade? Nome de impostos é nome próprio. Escreve-se com a inicial grandona. Melhor: Piketty mostrou que, ao considerar dados do Imposto de Renda, é possível medir mais adequadamente a desigualdade.