Categoria: Erramos
“Câmara aprova projeto que perdoa dívidas tributárias de até R$ 10 mil e estendem bondades a fruticultores, clubes e hospitais”, escrevemos na capa. Viu? Tropeçamos na concordância. Quem estende bondades? A Câmara. Conclusão: sujeito no singular, verbo no singular: Câmara…estende bondades a fruticultores, clubes e hospitais.
“O receio agora é com um possível arrombamento do açúde”, escrevemos na pág. 16. Açude joga no time de bate e cante. Paroxítona terminada em e, não aceita acento nem a pedido do Senhor.
“O caderno Turismo preparou uma edição com alguns dos mais fascinantes lugares para se passar a lua de mel”, escrevemos na capa do suplemento Turismo. Reparou? O se, na companhia do infinitivo, sobra. Melhor: O caderno Turismo preparou uma edição com alguns dos mais fascinantes lugares para passar a lua de mel.
“Estamos trabalhando de cima para baixo na educação porque busca-se o voto e criança não vota”, escrevemos na pág. 11. Nossa! Esquecemos o poder do porque. A conjunção é tão forte que funciona como ímã. Atrai o pronome esteja ele onde estiver. Melhor respeitá-la: Estamos trabalhando de cima para baixo na educação porque se busca o voto, e criança não vota.
“Os auditores vistoriaram folhas de pagamento, comprovantes de rendimento, escrituras de imóveis, entre outras coisas, para confirmar a queda de 2% a menos em relação aos anos de 2003 a 2005”, escrevemos na pág. 2. Redundância, não? “Queda” e “a menos” dizem a mesma coisa. Melhor descer do muro e escolher uma das construções. Assim: … para confirmar a queda de 2% em relação aos […]
“Pode destruir vidas de pessoas privadas como temos visto nesse país”, escrevemos na pág. 6. Que país? O Brasil. O falante encontra-se no Brasil. Teríamos de ter dado a vez ao este: Pode destruir vidas de pessoas privadas como temos visto neste país.
“Por outro lado, em 25 dicionários usados em sala de aula, foram encontrados termos considerados pejorativos”, escrevemos na pág. 14. Ao falar em “outro lado”, precisamos do parzinho “por um lado”. Cadê? O gato comeu. Sem o primeiro lado, a saída é usar “por seu lado”. O seu é solteiro. Não exige companhia.
“…deputados da Comissão da Amazônia solicitaram a prorrogação do prazo para a desocupação das terras. O magistrado descartou esta possibilidade”, escrevemos na pág. 11. Que coisa! Tropeçamos de novo no emprego do demonstrativo. O esta se refere a informação anterior. É passado. O essa pede passagem: O magistrado descartou essa possibilidade.
Crase, pra que te quero? Pra indicar o casamento de dois aa. Um é preposição. O outro, em geral, o artigo feminino. Ora, se é feminino, o acento só aparece antes de nomes do antigo sexo frágil. Não é o caso do publicado na capa de Informática: “…acessível à todos os usuários”. O grampinho sobra, não? Xô!
“Na quinta-feira, o Correio revelou que, nas investigações, descobriu-se o caso de um assessor”, escrevemos na pág. 3. Viu? Ignoramos a força de atração da conjunção que. Mesmo de longe, ela atrai o pronome. Assim: Na quinta-feira, o Correio revelou que, nas investigações, se descobriu o caso de um assessor.