Na língua como na vida, existem criaturas casadas e solteiras. Mas, ao contrário do que ocorre com os humanos, as palavras não voltam atrás. Casou? Está casado. A união é indissolúvel. Vale, por isso, conhecer os ilustres casais.
De…a
Que confusão! De…a. Da…à. Um a tem crase. O outro vem soltinho e feliz como pinto no lixo. Por quê? A razão é uma só: mania de imitação. A língua copia a vida. Lá e cá existem os casais. O que acontece com um acontece com o outro. De segunda a sexta — de é preposição pura. A só pode ser preposição pura. Em ambas o artigo não tem vez. A crase tampouco:
Trabalho de quarta a sexta.
A farmácia faz entregas de segunda a sábado.
Vejo tevê de domingo a domingo.
Da… à
Da rodoviária à quadra comercial. Viu? Da é combinação da preposição de com o artigo a. O à vai atrás. O acento serve de prova do casamento. Mais exemplos? Ei-los:
Li da página 8 à página 12.
O expediente é de segunda a sexta, das 8h às 18h30.
Trabalho das 14h às 18h.
Olho vivo
Atenção, gente fina. Às vezes, a preposição de vem casadinha com o artigo o. O sexo não muda a regra. O segundo par mantém a fidelidade:
Viajei do Paraguai à França.
Fui de carro do Rio à Paraíba.
Corri do aeroporto à rodoviária.