Ações se sucedem na Polícia Federal. São tantas que até confundem o insensível computador. Muitas chamam a atenção pelo nome. É o caso da Operação Calcanhar de Aquiles. Deflagrada na quarta-feira, tinha um foco: o uso de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro. Tradução: os irmãos Batistas tiraram proveito da delação que fizeram. Compraram dólares porque sabiam que a moeda subiria graças à bomba que eles soltaram. Venderam ações da empresa porque sabiam que o valor delas despencaria. Ganharam R$ 100 milhões. Mas… a esperteza é proibida. Dá xilindró. E deu.
A operação trouxe à tona personagem da mitologia grega. É Aquiles. Conhece? Ele era filho da deusa Tétis. A mãe queria tornar o garoto imortal. Consultou o oráculo. A receita: mergulhar o menino nas águas do Estige — o rio do mundo subterrâneo, destino de todos os mortos. Para o bebê não se afogar, segurou-o pelo calcanhar. Ops! O calcanhar não se molhou. Virou o ponto fraco do gurizinho.
Com o banho, Aquiles ficou com o corpo fechado. Não sentia dor e nenhuma arma o atingia. Ele podia levar tiro, punhalada, pancada… não estava nem aí. Depois de anos, o rapaz foi convocado para a Guerra de Troia. Lutou bravamente. Virou herói. Mas, no meio de uma batalha, Páris atirou uma flecha nele. A flecha lhe atingiu o calcanhar. Ele morreu. Mas continua presente entre nós. É que todos têm seu calcanhar de aquiles.