Propriedade vocabular

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Na língua existem os verbos-ônibus. Como os coletivos que transportam 42 pessoas sentadas e outras tantas de pé, eles se adaptam a diferentes contextos. Genéricos, denunciam a pobreza vocabular do falante. Veja o exemplo de fazer. Fazer uma fossa? Melhor cavar a fossa. Fazer uma estátua? Que tal esculpir a estátua? Fazer economia na USP? É preferível cursar economia. O mesmo vale para usar. A […]

Vestir e dormir

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  Vestir e dormir têm um ponto comum. Ambos exibem a mesma irregularidade na conjugação. Em certas pessoas e tempos, o e vira i (vestir, visto). O o se transforma em u (dormir, durmo). A semelhança presta senhora ajuda à ortografia. Na dúvida, a gente pode recorrer à comparação. Por exemplo: eu durmi ou dormi? A pronúncia varia de acordo com a região. Não ajuda […]

Erramos

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Mensagem “O autor informa que os dados apontados no artigo referem-se a estatísticas das fontes citadas”, escrevemos na pág. 14. Que coisa! Esnobamos a força do quê. O pequenino é chamado de ímã — atrai o pronome mesmo a distância: O autor informa que os dados apontados no artigo se referem a estatísticas das fontes citadas.

A moda na passarela

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A moda está na moda. No Rio Fashion e na São Paulo Fashion Week, modelos desfilam na passarela. Exibem os últimos lançamentos. Há de tudo. Saias curtas ou longas, calças largas ou justinhas, bolsas grandes ou pequenas, sapatos altos ou baixos, cores vibrantes ou sóbrias. Enfim, a criatividade é o limite. Há, porém, um denominador comum. É a cara das senhoritas que exibem as criações […]

Glamour

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Nos desfiles, uma palavra se ouve nos camarins, nas passarelas, nas arquibancadas. Estilistas, manequins, fotógrafos e comentaristas a enunciam a torto e a direito. Qual é? Isso mesmo. É glamour. Na origem, a dissílaba não tinha nada a ver com moda. Ela se referia à gramática. A coisa nasceu na Escócia. Lá pelo século 17, grammar (gramática) virou glamer — qualidade de quem falava sem […]

Entre ou dentre? Eis a questão

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Há pragas que pegam. E crescem. São como fogo morro acima e água morro abaixo. Ninguém segura. É o caso da confusão no emprego das preposições entre e dentre. Por alguma razão que nem Deus explica, o dentre virou moda. Desbancou o entre. Resultado: a meninada, de tanto ver a intrometida no lugar da dona da casa, se embaralha. Acha que o errado está certo. […]

Filho de peixe sabe nadar

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    “Se a comunidade internacional não…” Ops! Intervir ou intervier? A dúvida assaltou o entrevistado. Sangue frio, ele fez o que deve ser feito. Trocou seis por meia dúzia: “Se a comunidade internacional não tomar providências, a tragédia se multiplicará”. Ele se safou. Mas a dúvida cresceu. E daí? Intervir é derivado de vir. Um e outro se conjugam do mesmo jeitinho: eu venho […]