Autor: Dad Squarisi
Só se morre uma vez. Mas é para sempre. Rever é perder o encanto. A esperança é crônica. O medo é agudo. A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar ao amigo de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades. Não devemos resistir às tentações: elas podem não voltar. Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção […]
Rachel de Queiroz Um americano meu conhecido, tendo que vir ao Brasil a serviço, achou que, sendo sofrível no espanhol, se viraria por cá. E se virou. Ontem me apareceu com um jornal na mão, declarando que, para ler os temas gerais, ainda sentia dificuldades, mas nas páginas de arte, canto, teatro, cinemas e, principalmente, nas páginas esportivas, só precisava entender os verbos, […]
João ou Rafa “será” presidente do Brasil O ou joga em dois times. Ora inclui. Ora exclui. Olho vivo! Se mais de um sujeito pode praticar a ação, é a vez do plural: Um ou outro artista compareceram à festa (nada impede que mais de um artista apareça). O perigo mora na exclusão. Aí, só um pode reinar. O verbo tem de concordar com ele. […]
Esnobar É exigir café fervendo E deixar esfriar. É do Millôr Fernades.
dad, dicas, português, tropeços, concordância verbal, sujeito pospostoRecado “As pessoas que falam muito mentem sempre porque acabam esgotando seu estoque de verdades.” Millôr Fernandes Tropeços nobres e plebeus A língua faz pactos. Um deles: a concordância. Para conviver com harmonia, estabeleceu hierarquias. O sujeito e o predicado são os mandachuvas. Na flexão do verbo, o sujeito dita as regras. Mas muitos ignoram o trato. Resultado: […]
“Aluga-se” casas A passiva sintética (construída com o pronome se) é outra tentação. Sobram placas com “vende-se frutas” ou “aluga-se casas”. Perdoai-nos, sujeitos! Senhor, mostrai-nos o caminho da salvação. Ei-lo: construa a frase com o verbo ser. Se o danadinho ficar no plural, o da passiva sintética vai atrás. Se no singular, idem: vendem-se frutas (frutas são vendidas), alugam-se casas (casas são alugadas), constrói-se muro […]
“O hospital atende pacientes de zero a 18 anos”, escrevemos na pág. 37. Zero ano? Nem com mágica. Só depois de 365 dias, completam-se os 12 meses necessários pra chegar lá. Melhor dar tempo ao tempo: O hospital atende pacientes de até 18 anos.
A língua faz pactos. Um deles: a concordância. Para conviver com harmonia, estabeleceu hierarquias. O sujeito e o predicado são os mandachuvas. Na flexão do verbo, o sujeito dita as regras. Mas muitos ignoram o trato. Resultado: tropeçam. Aiiiiiiiiiiiiii… Nos textos do Millôr, “sobrava” alfinetadas. O português é flexível. Permite que os termos passeiem na frase. Mas o vaivém não muda as regras. O verbo […]
“As pessoas que falam muito mentem sempre porque acabam esgotando seu estoque de verdades.”
Estou morando em Manaus. Aqui, cachorro-quente é conhecido como kikão – escrito assim, segundo os manauaras. Os colegas jornalistas ficaram em dúvida sobre o plural da delícia. Pode nos ajudar? (Mônica Harada) O plural das palavras terminadas em ão castigam os miolos. Alguns aceitam três plurais. O mais comum é ões. Delicie-se com os kikões da terra.

