Autor: Dad Squarisi
Duplinhas Com adjetivos compostos, surgem nós nos miolos. Desatá-los é fácil como tirar chupeta de bebê. Se são dois adjetivos, só o segundo se flexiona: bandeira verde-amarela (bandeiras verde-amarelas), uniforme azul-claro (uniformes azul-claros), chuteira verde-rosa (chuteiras verde-rosas). Truque A cor é definida por um substantivo? Ops! Cessa tudo o que a musa antiga canta. Entra em cartaz o truque de esconde-esconde. Oculta, como quem não […]
Junho chegou. Com ele, a Copa verde-amarela. A cidade se enfeita com timidez. Bandeiras tremulam aqui e ali. Vitrines exibem as cores nacionais. Crianças vestem a camiseta da Seleção. Unanimidade?Só o assunto. É futebol pra lá, futebol pra cá. Ao falar na paixão nacional, uma condição se impõe: acariciar a língua como se acaricia a bola. Mais que cores Na festa da bola, as cores […]
“O mandato de prisão foi expedido por juiz da 2ª Vara”, escrevemos na capa. Ops! Uma letra faz a diferença. Mandato é representação (mandato de senador). Mandado é ordem. No caso, o juiz expediu mandado de prisão.
Famosa repórter da tevê finalizou uma reportagem sobre moda masculina dizendo que os modelos eram “chiquérrimos”. Não seriam chiquíssimos ? (Reynaldo Bicudo) Cliquérrimo, forma afetada de falar, joga no time de elegantérrimo, lindérrimo. E por aí vai. Chiquíssimo é o superlativo mais comum — lindíssimo, elegantíssimo, sofisticadíssimo.
Na prática esportiva, há três resultados possíveis. Um: ganhar. Outro: empatar. O indesejado: perder. Ganhe, perca ou empate, seja elegante. Use a preposição nota mil: O time ganha de outro por ou de: Na final, o Brasil ganhará da Alemanha por 3 a 0 (ou de 3 a 0). O time perde para outro por ou de: A Alemanha perderá para o Brasil por 3 […]
Locutores esportivos têm um denominador comum. Pisam os ditongos. No grupo ei, apagam o i. Em vez de treino, treinar e treinador, dizem treno, trenar, trenador. Em lugar de goleiro, golero. Chuteira vira chutera. Terceiro, tercero. Viu? É a pronúncia do cruz-credo. Resultado: bola na trave.
“No futebol, a cabeça é o terceiro pé.”
O Olímpio, velho repórter do CB, dizia que tinha um grande medo — publicar o erramos do erramos. O dia chegou. Está na pág 10 de ontem: “Ao contrário do que foi publicado em quadro na pág. 9 na edição de ontem do Correio, a inflação acumulada no Brasil de 1999 a 2013 foi de 161,62%, não de 384,2%”. Reparou? Não se trata de “ao […]
As pragas chegam devagarinho. Como quem não quer nada, vão avançando. Ganham espaço no rádio e na TV. E, atrevidas, tomam ares de verdade. Uma delas é o “compro”. O particípio do verbo comprar é comprado. Alguém resolveu inovar. Passou a usar o presente como particípio. Criou, então, este horror: eu tinha compro a casa antes da desvalorização do real. Cruz-credo! Xô! É vez do […]
O Clóvis Viana, do Tocantins, quer saber qual é a da palavra vaga-lume. O acende-apaga se escreve coladinho ou com hífen? Eis a resposta: separado. O plural: vaga-lumes.

