Autor: Dad Squarisi
“Um país (e o mundo) atônitos com o fracasso”, escrevemos na pág. 7 do Superesportes. Cochilamos. O termo entre parênteses não conta. É como se não existisse. A concordância deve ser feita com país. Assim: Um país (e o mundo) atônito com o fracasso.
Na Copa, não há coluna do meio. Sem poder empatar, o time ganha ou perde. A língua, menos rigorosa, privilegia certos verbos. Um deles: ganhar. Ganho ou ganhado? Antes, os auxiliares ter e haver exigiam o particípio regular (ganhado). Ser e estar, o irregular (ganho). Modernamente, a lei do menor esforço fala mais alto. Há preferência pela forma dissílaba em todas as construções. Assim: O […]
Não se deve ao acaso o nome da patrocinadora de seleções e seleções. Nike é a deusa da vitória na mitologia grega. A bem-amada nasceu no início do mundo. Naquela época, não existiam nem Zeus nem o Olimpo. Só havia os titãs. Ela é filha de um deles — Palas. Nike não disputava o espaço de Fortuna — responsável pelo triunfo de atletas e guerreiros. […]
“Isso porque não faltam opções de locais para ir nem programação para agradar aos clientes”, escrevemos na pág. 21. Opções de locais? É deperdício. Melhor: Isso porque não faltam locais para ir nem programação para agradar aos clientes.
Gigantes da bola se enfrentam. Pra lá de preparados, os dois times têm condições de vencer. Quem vai ganhar? Os torcedores chutam. Apostam num ou noutro. Mas sabem que a decisão está em outras mãos. A dona da sorte e do azar tem vários nomes. Os gregos a chamam de Fortuna. Alguns falam em destino. Outros citam fado. Muitos preferem ventura ou desventura. Seja […]
O juiz apita. A bola rola. Pés e cabeças a disputam com agilidade, inteligência e garra. O resultado será um entre três. O time pode ganhar, empatar ou perder. Se o placar depende do humor da deusa grega, a boa regência depende de nós. Em caso de dúvida, o dicionário ajuda. A alternativa, então, só pode ser uma — acertar ou acertar. O time ganha […]
Dad Squarisi está de férias e retorna em 7 de julho.
Palavras de Sérgio Porto “No futebol, a cabeça é o terceiro pé.” Na trave Locutores esportivos têm um denominador comum. Pisam os ditongos. No grupo ei, apagam o i. Em vez de treino, treinar e treinador, dizem treno, trenar, trenador. Em lugar de goleiro, golero. Chuteira vira chutera. Terceiro, tercero. Viu? É a pronúncia do cruz-credo. Resultado: bola na trave. Elegância Na prática […]
“Martins confirmou à polícia que esquartejou e tentou ocultar o cadáver do zelador, mas negou que tenha o matado“, escrevemos na pág. 6. Viu? Sem falar na lógica, pois não se mata cadáver, tropeçamos no pronome átono. O leitor Flatônio José da Silva viu e reclamou. Com razão. A conjunção atrai o fracote. Assim: Martins confirmou à polícia que esquartejou e tentou ocultar o cadáver […]
Grafia Ops! A reforma ortográfica cassou o hífen de palavras compostas. Entre elas, as composições de dois ou mais vocábulos ligados por preposição, conjunção, pronome. Pé-de-moleque, mão-de-obra, tomara-que–caia se escreviam com hífen. Agora estão livres e soltas — pé de moleque, mão de obra, tomara que caia. As cores entraram na faxina. Antes, cor-de-laranja, cor-de-carne, cor-de-vinho, cor-de-abóbora, cor-de-creme se grafavam desse jeitinho. Agora, mandaram o […]

