Autor: Dad Squarisi
“Sem reciprocidade, não se cria laços de confiança”, escrevemos na pág. 15. Ops! Caímos na cilada da voz passiva. Laços é sujeito. O verbo concorda com ele (laços de confiança são criados). Melhor: Sem reciprocidade, não se criam laços de confiança.
A palavra mais ouvida nos últimos dias? É pesquisa. Ibope e Datafolha fazem mais sucesso que a novela Império. Pode? Pode. Tanta popularidade cobra preço alto. Ao escrever a trissílaba e respectiva filharada, muitos tropeçam na grafia. Dão a vez ao z em vez do s. Esquecem-se de pormenor pra lá de importante. Na língua, impera uma regra: a família acima de tudo. Se o […]
Sem exceção A regra não é privilégio do s. Vale para as demais letras. Viajar, por exemplo, se escreve com j. Todas as formas do verbo serão fiéis a ele: viajo, viaja, viajamos, viajam; viaje, viajes, viajemos, viajem. Nariz, rapaz, capuz, raiz, juiz e vez exibem z. A lanterninha do alfabeto permanece firme e forte nos derivados: narizinho, rapazinho, rapazote, capuzinho, encapuzar, raizinha, enraizar, enraizado, […]
Ciladas Olho vivo! As palavras adoram pegar o bobo na casca do ovo. Basta um descuido e… adeus, nota 10. Atenção plena se impõe. O sufixo -ar tem de se colar ao s ou ao z do radical. Se não for possível, ele precisará de ponte. Aí, cessa tudo o que a musa antiga canta. Compare: pesquisa — pesquisar camisa — encamisar juiz — ajuizar […]
“…instituir tarifa única de R$ 1 em todo o sistema coletivo a partir de meia noite de 1º de janeiro de 2015”, escrevemos na pág. 25. Viu? Poucas palavras, três tropeços. Um: meia-noite se escreve assim, com hífen. Dois: a indicação de hora é antecedida de artigo — a partir da meia-noite. Três: meia-noite é o fim do dia; 0h, o começo. Melhor: …instituir tarifa […]
No Outubro Rosa, os prédios se vestem de rosa. Ficam mágicos. A beleza, porém, não consegue apagar dúvida que me assalta sempre que escrevo a cor considerada feminina. Afinal, cor-de-rosa tem hífen ou não tem? (Claudete Lima) A reforma ortográfica cassou o hífen de palavras compostas com três ou mais vocábulos ligados por preposição, conjunção, pronome. Por isso, caipé de moleque, tomara que caia, mula sem […]
“Segundo os advogados, ela estaria passando em frente ao Museu Nacional quando viu alguns PMs abordando um grupo de jovens”, escrevemos na pág. 22. Estaria? Não. Os advogados disseram que ela estava. Melhor assumir: Segundo os advogados, ela estava passando em frente ao Museu Nacional quando viu PMs abordando um grupo de jovens.
Flatônio José da SilvaNo título “Marineiros, o alvo”, saiu este texto: “A conclusão geral no comando de campanha de Dilma é que não há um percentual seguro de indecisos a conquistar, portanto, a única maneira de adquirir alguma margem de segurança para vencer é tirando votos do senador Aécio Neves, do PSDB”. Corrigindo: A conclusão geral no comando de campanha de Dilma é que não […]
Mestres não nasceram hoje. Nem ontem. Nem anteontem. Mestres existem desde sempre. Todas as culturas os homenageiam. A mitologia grega, por exemplo, destaca o centauro Quíron. Ele tem cabeça, tronco e braços como nós. Mas, da cintura pra baixo, é cavalo — com quatro patas, rabo e pelos. Quíron conhecia medicina como ninguém. Também sabia tudo sobre guerras e música. Muitos heróis foram educados por ele. Asclépio […]
“Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar os homens do futuro.” (D. Pedro II) “Não quero que ele invente e fale só. Quero que escute o seu discípulo falar por sua vez.” (Montaigne) “Magister dixit.” (“Foi o mestre que disse”, provérbio da Idade Média.) “O mestre que não […]

