Autor: Dad Squarisi
Tornou-se lugar-comum falar na baixa qualidade do ensino. Em testes nacionais, comprova-se, ano após ano, o mau desempenho dos alunos, sem domínio das habilidades de ler, escrever e fazer as quatro operações. Em exames internacionais como o Pisa, os estudantes brasileiros figuram na rabeira dos concorrentes. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013 chama a atenção para o resultado da língua portuguesa. Mais de […]
“Uma cidade feliz, sem sobressaltos, e que melhore a cada dia a sua qualidade de vida”, escrevemos na pág. 20. Viu? Faltou paralelismo. A conjunção e liga termos iguais. No exemplo, que + que. Sem termos coordenados, ela fica fora. Assim: Uma cidade feliz, sem sobressaltos, que melhore a cada dia a sua qualidade de vida.
Fim de ano é época de presentes. A lembrancinha vai acompanhada de cartão. Na hora de escrever a mensagem, a dúvida bateu. “Espero que o livro possa contribuir…” Para ou com? (João Marcelo) Contribuir para significa concorrer para chegar a determinado fim: Espero que o livro contribua para seu sucesso. O luxo contribuiu para sua ruína. Contribuir com dá outra acepção ao verbo. Quer dizer […]
“E as abelhas, atraídas pela cores vibrantes, cumprem um dos seus papeis na natureza”, escrevemos na pág. 22. Olho vivo! A reforma ortográfica cassou o acento dos ditongos abertos ei e oi nas paroxítonas (ideia, joia). As oxítonas mantiveram o grampinho. É o caso de papéis e herói.
Cristo não foi pouca coisa. O nascimento do garotinho mudou a referência do tempo. Os acontecimentos anteriores à vinda dele receberam a marca antes de Cristo. Depois dele, depois de Cristo. A abreviatura é assim: a.C. e d.C. Desse jeitinho — o a e o d minúsculos. O C, majestoso, maiúsculo.
Na época do Natal, o coração fica molinho, molinho. Creches, asilos, instituições de caridade fazem a festa. O verbo doar vira vedete. Em evidência, ele impõe cuidados. Antes da reforma ortográfica, o hiato oo exigia chapeuzinho. Agora dispensa-o: eu doo, ele doa, nós doamos, eles doam.
Quero isso, quero aquilo. A meninada só conjuga o pidão. Mas, para escutar, Papai Noel impõe uma condição — empregar o verbinho como manda o figurino. Primeiro cuidado: construa o danado com objeto direto de coisa e indireto de pessoa: Rafael pediu uma bicicleta (objeto direto) a Papai Noel (obj. indireto). A mãe pede ao filho (obj. indireto) que não abuse do bom velhinho (obj. […]
“Segundo o socialista, a população já julgou o atual ocupante do Buriti nas urnas e nas reclamações pela situação do Distrito Federal”, escrevemos na pág. 17. Reparou? O Buriti só tem um ocupante. É o governador. O adjetivo atual sobra, não? Xô!
Regência é calo no pé. Vale o exemplo do verbo servir. Você diz servir o Exército? Servir ao Exército? Ou servir no Exército? E daí? No sentido de prestar serviço militar, é servir no Exército. Na Marinha e na aeronáutica também. O rapaz serve na Marinha e serve na Aeronáutica. Que tenha sorte — com farda e tudo.
A regência do verbo realizar me tira o sono. Fico na dúvida entre estas duas possibilidades: a) Realizei entrevista com o paciente. b) Realizei entrevista ao paciente. Qual delas obedece à norma culta? (Daniela Pacheco) O nó da questão, Daniela, não é a regência do verbo. É a de entrevista. O dicionário de regimes de substantivos e adjetivos exige a preposição com: Realizei entrevista com […]

