Autor: Dad Squarisi
“Quando o leitor não entende o que um jornalista escreveu, a culpa é sempre do jornalista.”
A palavra vírgula vem de longe. Nasceu no latim. Lá, queria dizer varinha. Também significava pequeno traço ou linha. Depois, virou sinal de pontuação. Indica pausa rápida, menor que o ponto. A criatura atravessou os séculos. No caminho, suscitou discussões. Alguns afirmam que empregá-la é questão de gosto. Outros, de respiração.Outros, ainda, acham que devem usar todas as vírgulas a que têm direito – as […]
Sem monotonia A língua é um conjunto de possibilidades. Flexível, a danada detesta monotonia. Oferece vários jeitos de dizer a mesma coisa. Veja: O aluno estudioso tira boas notas. O aluno que estuda tira boas notas. As frases dizem que há alunos e alunos. Não é qualquer um que tira boas notas. Só chega lá quem se debruça sobre os livros. Numa, o termo restritivo […]
O Homem-Aranha Era uma vez um adolescente pra lá de sabido mas muito, muito tímido. Chamava-se Peter. Os colegas do colégio não entendiam tanta timidez. Achavam que era antipatia. Por isso fugiam dele. Um dia, uma aranha radioativa picou o menino arredio. Ops! Ele pegou as características dos aracnídeos. Ganhou força e agilidade. Oba! Peter quis ganhar dinheiro como homem-aranha. Mas pensou melhor. Lembrou-se de […]
Russo é o originário da Rússia. Ruço, com ç, é complicado ou pardacento: O russo disse que a coisa está ruça.
“Restará, portanto, as pedaladas, que podem levar a presidente a responder por crime de responsabilidade”, escrevemos na pág. 5. Viu? Caímos na cilada do sujeito posposto. Pedaladas, sujeito de restar, exige o verbo no plural. Melhor: Restarão, portanto, as pedaladas, que podem levar a presidente a responder por crime de responsabilidade.
“Nós mulheres, lutamos muito por uma igualdade”, escrevemos na capa do Diversão&Arte. Viu? Tropeçamos na vírgula. Como está, o sinalzinho separa o sujeito do verbo. É frasecídio. Melhor corrigir: Nós, mulheres, lutamos muito por uma igualdade.
O calo mais doloroso da língua? É a vírgula. São tantas informações desencontradas que a moçada mergulha em mar revolto de confusão. Alguns dizem que o emprego do sinalzinho depende do gosto do freguês. A gente o põe onde tem vontade. Outros afirmam que basta ler a frase. Parou pra respirar? Pronto. Taca-lhe a pausa. Aí surge um problema. Como os asmáticos vão se virar? […]

