Autor: Dad Squarisi
Agosto começou quente, hem? De olho no Congresso, ninguém se lembrava de José Dirceu & cia. A atenção estava concentrada no presidente da Câmara. Ele ameaçava com pauta-bomba – projetos que aumentam as despesas do governo. Mas, mal nasceu a segunda-feira, ops! Duzentos policiais agiam pra cumprir mandados. Precisavam prender envolvidos na Operação Lava-Jato. É aquela mesma: a que apura a roubalheira na Petrobras. Que surpresa! […]
Pancada generalizada A unanimidade é burra? Nelson Rodrigues escreveu que sim. Se o divertido jornalista tem razão, há algo de errado no reino da Dinamarca. Procuradores, repórteres, parlamentares se referiam a José Dirceu como “ex-ministro do governo Lula”. Falso, não? Hoje o homem é ex-ministro da Casa Civil. Na gestão Lula, ele era ministro. Melhor fazer as pazes com o passado e o presente: O ex-ministro José […]
A diferença Distraídos disseram mandato em vez de mandado. As duas palavras existem. Mas não se conhecem nem de elevador. Mandato, com t, é representação. Presidente, governador, deputado têm mandato. Mandado, com de, vem de mando. É ordem. Juiz emite mandado de prisão, mandado de segurança, mandado de apreensão. Machado de Assis costumava classificar os moleques que levavam recados de bem mandados.
“Dirceu está dividindo a cela com dois outros presos”, escrevemos na pág. 2. O outros sobra, não? Se sobra, não tem vez na frase. Xô! Melhor: Dirceu está dividindo a cela com dois presos.
Crase – 1 Crase – 2 Crase – 3 Crase – 4 Crase – 5 Crase – 6 Crase – 7 Crase – 8 Crase – 9 Crase – 10 Crase – 11
Aparências que enganam — Crase antes de pronome possessivo? Os precipitados têm a resposta na ponta da língua: — É facultativa. Os atentos pensam duas vezes: — Depende da frase. E daí? O pronome possessivo goza de privilégios. Ora vem acompanhado de artigo. Ora não. Por isso, a gente pode dizer: Minha cidade tem duas faculdades. A minha cidade tem duas […]
“Ao chegarem na residência de Cunha…”, escrevemos na pág. 5. Pisamos a regência. Chegar em? Nem pensar. Com a preposição errada, ninguém sai de onde está. A gente chega a algum lugar: Ao chegarem à residência de Cunha…
A tentação do diabo A crase não foi feita pra humilhar. Mas pra tentar. Certas construções dão coceira na mão. Diante delas, o desejo parece irresistível. Ao menor descuido, lá está o acentinho comprometedor. Seguuuuuuuuuuuuuuuuuura! Tentação satânica são as palavras repetidas. Ao vê-las, dobre os cuidados. Pare, pense e controle-se. Lembre-se de que as duplinhas têm alergia à crase. Não aceitam o sinalzinho nem […]
“Porque o mês do cachorro louco assombra a política mundial”, escrevemos na pág. 2. Ops! Caímos na cilada do porquê. No sentido de a razão pela qual, a duplinha fica separada: Por que (a razão pela qual) o mês do cachorro louco assombra a política mundial.
Casaizinhos A língua copia a vida. Lá e cá existem os casais. O que acontece com um acontece com o outro. De segunda a sexta. De é preposição pura. A só pode ser preposição pura. Em ambas o artigo não tem vez: Trabalho de quarta a sexta. A farmácia faz entregas de segunda a sábado. Vejo tevê de domingo a domingo. * […]

