Autor: Dad Squarisi
Com os temporais e os ventos furiosos, não dá outra. O verbo ruir entra em cartaz. Pinta, então, a dúvida. Como se conjuga o dissílabo que ninguém ama e ninguém quer? Você sabe? Faça a sua aposta. Ruir joga no time dos preguiçosos. Defectivo, não tem todas as pessoas e tempos. Só se conjuga nas formas em que o e e o i seguem o […]
“Ela passou a faixa”, diz a capa da Veja. Leitores ficaram curiosos. Chamou-lhes a atenção o x. Por que não ch? O som é exatamente o mesmo. Mas a grafia não. Acontece que a língua não é a casa da mãe joana. Tem regras. Depois de ditongo, o som xis se grafa com x: caixa, baixa, gueixa, frouxo, ameixa, feixe.
Tenho dificuldade de distinguir ó e oh! Pode me dar uma ajudinha? (Serena Lopes) A dúvida procede. A pronúncia de uma é gêmea univitelina da outra. Por isso, na hora de escrever, pinta a confusão. São duas grafias. E dois sentidos. Como acertar sempre? O ó aparece no vocativo, quando gente chama alguém: Deus, ó Deus, onde estás que não me escutas? Até tu, ó […]
“Com os atuais investimentos em educação, o governo condena o cumprimento de metas do PNE, mesmo nove anos antes de 2024, prazo para se atingir os objetivos”, escrevemos na pág. 6. Ops! Tropeçamos de novo no infinitivo. Ele agradece, mas dispensa a companhia do pronome átono. Só abre exceção para os verbos pronominais. Melhor: … prazo para atingir os objetivos.
Olho vivo! A pronúncia de hora e ora é a mesma. Mas o sentido não tem nenhum parentesco. Veja como não cair na esparrela de tomar uma pela outra: Hora significa 60 minutos: A velocidade na ponte é de 60km por hora. Ganho R$ 50 por hora de trabalho. Quando divertir-se? A qualquer hora. Afinal, como diz o outro, toda hora é hora. Ora quer […]
Voltou a temporada do reconhecimento mundial. Escritores, cientistas, políticos estão de olho na Suécia. De lá vem o anúncio do mais cobiçado prêmio de todos os tempos. É o Nobel. Apesar da nobreza que o cerca, muitos lhe desrespeitam a pronúncia. Olho vivo! Nobel, Mabel, papel e cruel se pronunciam do mesmo jeitinho. A sílaba tônica é a última. Na dúvida, pense um pouco. Se […]
Escolher palavras simples e curtas. Em vez de somente, use só. Em lugar de falecer, prefira morrer. Substitua féretro por caixão. Obviamente por é claro. Morosidade por lentidão.
Centenas de fãs assediavam o bonitão. Queriam um olhar, uma palavra, um toque. Ele, sedutor, não poupava esforços. Falava com uma, sorria pra outra, jogava beijinhos pra todas. A mais ousada comprou flores. Chegou-se a ele e, com malícia, entregou-lhe o buquê. O charmoso agradeceu: — Muito obrigada, queridas amigas. As moças murcharam. Decepcionadas, deram-lhe as costas. O atônito desprezado não entendeu nada. Nem desconfiou […]
“Erre. Erre mais. Mas erre melhor.”
‘‘Trabalhar pra quê?’’, perguntou a manchete do jornal. A questão gerou polvorosa. Leitores estranharam o texto. A turma se dividiu em dois grupos. Um recusava o circunflexo do quê. O outro o aplaudia. E daí? O quê é grande criador de caso. Não cansa de provocar dores de cabeça nos pobres tupiniquins. Recursos não lhe faltam. De um lado, a criatura tem o poder da […]

