Autor: Dad Squarisi
A precisão tem íntima relação com as palavras. Buscar o vocábulo certo para o contexto é trabalho árduo. Exige atenção, paciência e pesquisa. Consultar dicionários deve fazer parte da rotina de quem escreve.
Imagine que o leitor esteja à sua frente conversando com você. Sinta-se à vontade. Faça pausas e perguntas diretas. Dê ao texto um toque humano. Você se dirige a pessoas de carne e osso.
No mundo de corre-corre, queremos textos curtos, precisos e prazerosos. Rapidez de leitura fisga. Pra chegar lá, opte por palavras familiares. As longas e pomposas são pragas. Em épocas passadas, quando a língua era instrumento de exibição, elas gozavam de enorme prestígio. Falar difícil dava mostras de erudição. Impressionava. Hoje a realidade mudou. Impõe-se informar — rápido e bem.
Comece bem, com uma frase atraente, que desperte o interesse e estimule a vontade de avançar até o fim. Aí, ofereça o prêmio cuidadosamente escolhido: um fecho marcante. Lembre-se: a última impressão é a que fica.
Não canse. Escreva nem mais, nem menos – o suficiente. Busque a frase elegante, capaz de veicular com clareza e simplicidade a mensagem que você quer transmitir.
Boa parte das pessoas se indigna com palavrões, obscenidades e expressões chulas. Evite-as. Xô!
Surpresa chama a atenção e desperta a curiosidade. É o gosto pelo inusitado. O chavão vai de encontro à novidade. Soa como coisa velha. Transmite a impressão de pessoa preguiçosa, desatenta ou malformada. Em bom português: incapaz de surpreender.
As palavras carregam carga ideológica. Algumas mais, outras menos. A sociedade está muito atenta aos vocábulos que reforçam preconceitos. Cor, idade, peso, altura, origem, condição social e preferências sexuais são as principais vítimas. Não exagere. A informação exige termos precisos. Deficiente visual não é necessariamente cego. Deficiente auditivo não significa obrigatoriamente surdo. Dizer que alguém é cego, surdo ou surdo-mudo não ofende nem demonstra intolerância. […]
Quando o mundo nasceu, a Lua era guerreira pra lá de valente. Ela iluminava a Terra noite após noite. Com a claridade, via as índias bonitas. Encantava-se. Transformava-as em estrelas do céu. Naiá sonhava ser escolhida. Banhava-se todos os dias sob a luz do luar. Mas a Lua não a via. A menina ia, então, para o alto da montanha pra ser vista. Em vão. […]
Li esta propaganda da Coca-Cola: “Se ter opções é importante pra você, é importante pra gente”. Minha dúvida reside no emprego do pra. Não deveria ser para? (Hudson Resende, João Pessoa) O dicionário, Hudson, registra as duas formas. Para é mais formal; pra, informal. Mas ambas estão corretas. Num texto de bermudas e camiseta, o pra pede passagem. Num de terno e gravata, dê […]

