Autor: Dad Squarisi
Furacões fazem estragos. Este ano é a vez do Delta. Ele destrói casas, derruba árvores, inutiliza carros. Ao ver o noticiário, pinta a curiosidade: qual a origem do vocábulo furacão? A palavra veio do espanhol huracan. A língua de Cervantes se inspirou em Huracan, deus da mitologia maia. A divindade dos ventos, das tempestades e do fogo tratava da construção e da destruição na natureza. […]
A oração reduzida de gerúndio exige a posposição do sujeito: Chegando a tempo, poderá participar da sessão. Passando a pandemia, voltará tudo ao que era antes no quartel de Abrantes. (Jamais escreva: A tempo chegando…, A pandemia passando…)
“Embora sendo questionável, o último voto do ministro Celso de Mello merece aplauso pela erudição”, escreveu o jornal. Ops! Esqueceu-se de manha do gerúndio. A forma verbal terminada em -ndo (dando, vendo, indo, pondo) tem alergia à conjunção embora. Ambas não andam juntas nem a pedido de Deus. Não escreva embora sendo, embora saindo, embora trabalhando, mas embora seja, embora saia, embora trabalhe. Melhor pedir […]
Pequenos truques de linguagem contribuem para o clima de cumplicidade na fala. Além de palavras simples e concretas, frases curtas e fáceis, faça perguntas diretas. Nenhuma conversa é unilateral. Pergunte sempre que houver oportunidade. Use: a gente, não nós achar, não localizar antes de, não anteriormente aprovação, não anuência depois, não após é claro, não obviamente fazer, não empreender meio-dia, não 12 horas morreu, não […]
Com crase ou sem crase: à zero hora ou a zero hora? A locução adverbial formada de palavra feminina pede o acento grave: à zero hora, às claras, às escuras, às apalpadelas, à meia-noite. Macete Substitua hora por meio-dia. Se na troca der ao, não duvide. Ponha o grampinho: O avião decola à 0h (ao meio-dia). A aula começa às 14h (ao meio dia). Estou […]
E povo do andar de cima, hem? É uma brigalhada sem fim. Marinho bate em Guedes, que bate em Rodrigo Maia, que atira pra todos os lados. Ufa! Nem parece que vivem em país mergulhado na pandemia que exibe realidade preocupante cuja face mais cruel são 13 milhões de desempregados. Os confrontos trouxeram uma palavra ao cartaz. É ególatra. Ela vem de longe. De ego […]
Bolsonaro fez cirurgia na semana passada. Tirou cálculos da bexiga. Na segunda, voltou ao hospital pra avaliação. Fez ultrassom. Trouxe às manchetes o prefixo ultra-. Ele pede hífen quando seguido de h ou a. No mais, é tudo colado (ultra-higienizador, ultra-armado, ultravioleta). Quando seguido de palavra começada por s ou r, dobra a letra pra manter a pronúncia: ultrassom, ultrarrápido.
Valha-nos, Deus! A volta às aulas deixou de ser novela. Virou dramalhão mexicano. O governo autoriza o retorno. A Justiça desautoriza. O governo recorre. A Justiça libera. Professores recorrem. A Justiça acata a reivindicação. Ufa! Uma palavra traduz as idas e vindas. É vaivém. Ou vai e vem.
“A prosa vigorosa é concisa. A frase não deve ter palavras desnecessárias pela mesma razão que o desenho não deve ter linhas desnecessárias nem a máquina partes desnecessárias. Isso não quer dizer que o autor faça breves todas as suas frases, nem que evite todos os detalhes, nem que trate seus temas só na superfície: apenas que cada palavra conta.” (William Strunk Jr.)
“O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.”