Autor: Dad Squarisi
Olho vivo! O i é preciso. Cabeleireiro deriva de cabeleira. Daí os dois ii.
Nada de dose dupla. Nas indicações temporais, onde couber já, o mais não tem vez: Quando o socorro chegou, o acidentado já não respirava (não: já não respirava mais). Já não há leis que inibam as invasões em Brasília (não: já não há mais leis). Quando se divorciou, já não vivia com o marido (não: já não vivia mais).
Já indica mudança de estado – o que era e deixou de ser: A reforma da Previdência já não parece impossível. (a reforma pareceu impossível, deixou de parecer). O pai já não acredita na inocência da filha (ele acreditava, mas deixou de fazê-lo). Bolsonaro já fala em reeleição (ele não falava, passou a fazê-lo). Curiosidade Já significa agora. Na linguagem popular, já-já é agora mesmo. […]
O quarteto já frequentou o blog. Mas, volta e meia, leitores se enrascam no emprego deste ou daquele jeito. Com razão. O porquê dá nó nos miolos. Ora aparece junto. Ora separado. Ora com acento. Ora sem o chapeuzinho. Não há quem não hesite na hora de escrever uma forma ou outra. Muitos chutam. Mas, como a língua não é loteria, o que pode […]
A Confederação Nacional da Agricultura divulga esta nota na tevê: “Excelentíssimo senhor presidente da República Jair Bolsonaro parabenizamos Vossa Excelência pela conclusão do acordo Mercosul-União Europeia”. Viu? Falta vírgula. O Brasil só tem um presidente da República. Jair Bolsonaro, por isso, é termo explicativo. Como só tem ele, vem isolado por vírgula. Veja exemplos: Excelentíssimo senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, parabenizamos Vossa Excelência pelo […]
A pronúncia de seção e sessão é a mesma. Mas a grafia e o significado não se conhecem nem de elevador: Seção é a parte de um todo. Quer dizer divisão. No supermercado, há a seção de bebidas, a seção de frutas, a seção de laticínios. Na farmácia, a seção de remédios e a seção de cosméticos. Na loja, a seção de roupas masculinas, a […]
Haver ou a ver? Como não confundir as duas formas que soam do mesmo jeitinho? Faça o jogo do troca-troca. Se o a for substituível por que, dê a vez ao a ver. Caso contrário, o haver pede passagem: Este caso não tem nada a (que) ver com aquele. Minha história tem tudo a (que) ver com a de Paulo. Vai haver festa aqui? […]
O quezinho só dá vez ao circunflexo em duas situações: Quando for substantivo. Aí, tem plural: Ele tem um quê misterioso. Nenhum dos quês apresenta problemas. A letra quê tem charme. Quando estiver no fim da frase, encostadinho no ponto: Os turistas estão espantados com quê? Quê! Você por aqui? O quê? Repita, por favor.
Hora significa 60 minutos: A velocidade na via é de 60km por hora. Quando divertir-se? A qualquer hora. Toda hora é hora. Ora quer dizer por enquanto, por agora: Por ora, a velocidade máxima é de 80km por hora. Lamento, mas, por ora, nada posso fazer.
Por quê? A resposta está no nome do verbo. Fazer tem z no radical. A letra se mantém sempre que o z soar. Querer e pôr não têm. Com eles, a lanterninha do alfabeto fica bem longe: fiz, fez, fizesse, quis, quisemos, quisesse, pus, pôs, pusesse.