Autor: Dad Squarisi
O que essas duplinhas têm em comum? Dois pontos: 1. indicam tamanho 2. são atrevidos. Às vezes aparecem sozinhos. Funcionam como substantivos ou adjetivos. Aí, cuidado. Eles seguem as regras de acentuação da língua. Míni e máxi são paroxítonas terminadas em i. Levam acento. Iguaizinhos a táxi e júri: “Nem máxi nem míni”, disse Maria. “Prefiro a saia à altura do joelho”. Hífen Maxi- e […]
“São duzentas e onze milhões de contas do FGTS”, disse a GloboNews. Certo? Nãoooooooooooooo! Milhão é masculino e não abre. Melhor respeitá-lo. Assim: São duzentos e onze milhões de contas do FGTS.
A Venezuela ficou outra vez às escuras. O apagão foi tão sério que a imprensa o chama de mega-apagão. Assim, com tracinho. Mega obedece à regra dos prefixos. Pede o tracinho em duas ocasiões: 1. Quando seguido de h: mega-história, mega-homenagem, mega-higiene. 2. Quando duas letras iguais se encontram. No caso, mega termina com a. Se se encontra com outro a, ocorre curto-circuito. O hífen […]
O nome de tribos indígenas é aportuguesado e escrito sempre no plural (os xavantes, os tupis, os aimorés, os ianomâmis, os astecas). Os menos comuns se escrevem na forma antropologicamente fixada. No caso, não têm plural: os txucarramae.
A palavra tupiniquim deriva da expressão tupin-i-ki, “tupi ao lado, vizinho”, ou “tribo colateral, o galho dos tupis”. Por metonímia, passou a ser usada como sinônimo (hoje pejorativo) de brasileiro. Originalmente, os tupiniquins são um grupo indígena pertencente à nação Tupi, cujo território atual é o município de Aracruz, no norte do Espírito Santo.
O ministro da Educação anunciou proposta de mudanças no financiamento do ensino superior. Trata-se de resposta à penúria em que vivem as universidades federais. A de Mato Grosso, no vermelho, não pagou a conta de luz. As consequências, como diz o conselheiro Acácio, vêm depois. E vieram. O câmpus ficou às escuras. Alunos perderam aulas. Pesquisas foram pro ralo. Abraham Weintraub lançou o plano na […]
O Future-se autoriza a doação de ex-alunos para as universidades. Nada mais justo. Eles se formaram nas melhores instituições de ensino do país sem desembolsar um centavo. A prática é comum nos Estados Unidos. Pegará aqui? Talvez. Enquanto esperamos, vale lembrar a reforma ortográfica. A mudança cassou o chapéu dos hiatos o/o e e/em. Doo, do verbo doar, tinha acento. Deixou de ter. O mesmo […]
“Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua de mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança.”
O presidente Bolsonaro chamou os governadores nordestinos de paraíbas. Eles não gostaram. Escreveram carta de protesto. O Planalto não respondeu. Mas uma questão ficou no ar: paraíba, no sentido de nordestino, é politicamente incorreto? É. Paraíba, como cabeça-chata, exprime preconceito. Xô! Identifique o estado de origem com precisão — maranhense, paraibano, pernambucano, cearense. Há palavras e palavras. Algumas informam. Outras emocionam. Há as que mobilizam […]
O sem virou histeria. O agricultor que não tem onde plantar é sem-terra. O desabrigado é sem-teto; o desamparado, sem-justiça; o político vira-casaca, sem-partido. Xuxa fala nos sem-brinquedo. Millôr se refere aos sem-vergonha. Elio Gaspari, aos sem-limite. Edir Macedo, aos sem-religião. O papa, aos sem-Deus. A liberação das tarifas bancárias deu origem aos sem-banco. A crise financeira logrou unanimidade – os sem-dinheiro. O sem deu […]