Autor: Dad Squarisi
Nasceu o filho? Viva! A festa rola. Não faltam flores, presentes, comidas gostosas. Câmeras clicam sem parar. Sorrisos se oferecem pra dar e vender. Mas sobra pra língua. Aqui e ali dizem “a mãe deu à luz a um menino”. Nem pensar. O a sobra. A forma abençoada é “dar à luz um filho”. Significa trazer ao mundo um garotão. Valem exemplos: […]
“Parirás com dor”, disse o Todo-Poderoso. Antes de falar, pensou duas vezes. Tinha ouvido falar nas manhas do verbo parir. Queria respeitá-las. Puxou da memória. Fiat lux! Tudo ficou claro. Parir, embora não pareça, tem todas as pessoas. Mas algumas são bem esquisitas. O xis da questão é o presente do indicativo. A primeira pessoa é “eu pairo”. Já imaginou? Confunde-se com o verbo […]
Deus criou o céu e a Terra. Tudo pronto, povoou o planeta de homens, mulheres e crianças. Deu asas à imaginação. Variou a cor da pele, dos olhos e do cabelo. Não coincidiu altura nem peso. Personalidades também tiveram a marca da diferença. Introvertidos, extrovertidos, carrancudos, sorridentes, sérios, bem-humorados, mal-humorados — todos ganharam vez. O mundo se cobriu de cores, vozes e movimentos […]
Carlos Lacerda gostava de falar e ser entendido. Gostava de escrever com clareza, simplicidade e elegância. Como dono de jornal, sentia arrepios ao ler textos “difíceis”. Achava-os pretensiosos e ocos. Como inibir a exibição verborrágica? Escreveu um manual de redação que ridicularizava os ricos de palavras e pobres de idéias. O texto sumiu. Mas ficaram na memória dos repórteres de então passagens inesquecíveis. Uma delas […]
Futebol sem cerveja? Nem pensar! O script dos jogos está pronto. Primeiro passo: chamar os amigos. Segundo: comprar a lourinha. Terceiro: pipoquinha ao lado, cerveja na mão, torcer pelo time do coração. As fábricas exploram a mania nacional. Investem pesado na publicidade. Aí, não dá outra. A Skol ocupa a telinha. Com ela, o slogan: ‘‘Skol, a cerveja que desce redondo’’. A frase […]
“Busque seu reconhecimento. Seje um aluno Católica”, é o apelo que ecoa nas tevês no nobre horário nobre: — Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!, gemem os ouvidos. Eles não acreditam no que ouvem. Mas a dor está lá, prova de que algo saiu dos eixos. Trata-se do tal do “seje”. Essa forma não existe. O imperativo do verbo ser é “seja”. Com o “seja um aluno Católica”, a universidade atrairia milhões […]
Dad, Não resisti à tentação de lhe enviar esta pérola — a menor redação do mundo. Abraços, Regina Ivete Lopes RedassãoO mano Quando eu tiver um mano, vai-se chamar Herrar, porque Herrar é o mano. Fin
“Aumento das despesas industriais cria nova frente inflacionária no Brasil”, escreveu o CB na pág. 17. Notou? É baiiiiiiiiiiiiita pleonasmo. Joga no time do subir pra cima, descer pra baixo, elo de ligação, hábitat natural, panorama geral, pequenos detalhes, planos para o futuro. Ora, só se cria o novo. Se não é novo, mude-se o verbo.
O céu está em festa. Artur da Távola chegou lá. Nem precisou bater à porta. Bethoven, Chopin, Mozart, Vivaldi, Villa-Lobos o esperavam. Cordas, sopros, percussão vibravam em harmonia. Anjos faziam coro. A orquestra divina agradecia ao divulgador da boa música no país do samba e do axé. Por falar em orquestra… No grego e no latim, a palavra orquestra tinha significados diferentes. […]
Domingo é Dia das Mães. Elas ganham beijos e abraços. Flores batem à porta. Lembrancinhas também. Em todas, o cartão traz votos de felicidade, longa vida & cia. pra lá de gentil. Ao escrever a mensagem, uma condição se impõe — grafar Dia das Mães com pedigree. A letra maiúscula se explica. Datas comemorativas são nomes próprios. É o caso de Dia dos Namorados, Dia dos Pais, […]