Autor: Dad Squarisi
Que coisa, hein? A turma da Universidade Federal do Rio de Janeiro não respeita nem a fila dos transplantes. Em troca de boa grana, inverte a ordem da espera. Os últimos tornam-se os primeiros. A mágica foi batizada de fura-fila. O plural? Fura-fila joga no time dos compostos de verbo + substantivo. Só o nome se flexiona: fura-filas, vira-latas, porta-malas, guarda-chuvas.
As palavras são como as roupas. Ficam gastas. Envelhecem. Quem primeiro se dá conta da perda do viço são os artistas. Eles, então, dão novos nomes a velhas denominações. Vale o exemplo de Gilberto Gil. O ministro cantor entregou a cadeira da Esplanada dos Ministérios. Falar em demissão? Qual o quê! Ele preferiu dar charme e colorido à saída. Chamou-a refazendo, refazenda […]
Ops! O vestibular pegou a moçada pelo pé. Apresentou o primeiro verso do Hino Nacional. Ele é pra lá de repetido. Quantas vezes você, em posição de sentido, interpretou a obra de Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva? Um montão, claro. Por isso ela é pra lá de conhecida. E por isso, também, cai em prova de concurso. Trata-se de pegadinha. Ei-la: […]
Vitória e João Marcelo são namorados. Outro dia, ela escreveu uma carta pra ele. Disse que tinha estudado à bessa. O garoto estremeceu. O coração gelou. Mas gostava tanto da garotinha… O que fazer? Bancou o esperto. Perguntou: — Bessa se grafa assim? Não sabia. Sempre escrevi com ç. Vamos dar uma espiadinha no dicionário? Lá estava: à beça. Com ç. […]
Era uma vez… A cotovia fez o ninho na árvore de uma fazenda. Uma manhã, antes de sair em busca de comida para os filhotes, disse pra eles: — Fiquem atentos. Escutem tudo o que o dono da fazenda disser. Depois, vocês me contam. Dito e feito. Quando voltou, os pequeninos lhe deram notícias: — O fazendeiro disse que tinha […]
Recado “Falar é fácil. Fazer é que são elas.” Voz do povo Pegadinha patriótica Amanhã é o Dia da Pátria. Ah, coisa boa! Vem feriadão. Vêm desfiles. Muitos repetirão o muitas vezes repetido. Cantarão o Hino Nacional. Quantas vezes você, em posição de sentido, interpretou a obra de Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva? Um montão, claro. Por isso ela é pra lá […]
“Quando enfim consegue, não se dá conta que ela já está louca”, escrevemos na pág. 4. Cadê a preposição? O gato comeu. Deve estar com indigestão. Que a devolva: Quando enfim consegue, não se dá conta de que ela já está louca.
“Athos Bulcão é a maior figura iconoclasta de Brasília”, escrevemos na pág. 6 do caderno C. Trocamos iconográfica (que representa por meio de imagens) por iconoclasta (destruidor de imagens). Que distração!
“Sem a presença de artistas, público em comício mingua”, escreveu a Folha de S.Paulo. Leitores do jornal estranharam. O xis da questão: o acento. O verbo pede ou não pede o agudinho? Ele não pede. Exige. Minguar se conjuga como aguar. Ambos são cheios de pegadinhas. Ora pedem acento. Ora, trema. E, às vezes, esnobam um sinal e outro. Aprecie as manhas […]
Não se esqueça. Uma letra faz a diferença. O avião pousa. A manequim posa. Nós também posamos.