Autor: Dad Squarisi
Era uma vez… O leopardo adorava bater papo com o fogo. Como o fogo vivia fechado na caverna, o leopardo ia até lá pra pôr a conversa em dia. Num domingo ensolarado, quando chegou à casa do amigo, teve um idéia: — Por que você fica sempre trancado aqui? Vá à minha casa. O passeio é divertido. — Não posso. Se […]
Há locuções que andam aos pares. A presença de um pressupõe a de outro. É o caso de “por um lado”, que exige o “por outro lado”. Hoje ignoramos o paralelismo. Na pág. 29, escrevemos: “Alguns, por outro lado, investem em carrinhos de feira ou sacolas reaproveitáveis”. Sem o primeiro lado, é melhor ficar com “por seu lado”, que pode andar sozinho.
Reparou? O autor da mensagem bobeou. Esqueceu-se de que não, quando vira substantivo, ganha plural como qualquer mortal (o livro, os livros; o sim, os sins; o quê, os quês; o porquê, os porquês; o quando, os quandos). Ele teria merecido o crédito dos clientes se tivesse escrito: Peça um fiado e ganhe dois nãos.
Paulo de Araújo, fotógrafo do Correio Braziliense, viu o anúncio. Interessou-se pela mensagem. Leu-a e releu-a. Cadê? Não deu pra entender. “A língua faz perder negócios”, concluiu pesaroso. Com razão.
“Não cabe liminar para liberação de mercadorias, bens ou coisas de procedência estrangeira”, leu Carlos Alberto. Pintou a dúvida: procedência estrangeira refere-se a bens,coisas e mercadorias? A construção é ambígua. Pode se referir aos três substantivos. Ou só ao último. ..No limite extremo..,repete Galvão Bueno durante a transmissão da F-1.O homem é um exagerado. Afinal,quem está no limite da velocidade alcançou a […]
José Saramago escreveu: “Sinais de pontuação são como os de estrada. Se tivéssemos menos deles, haveria por certo menos acidentes porque as pessoas fariam tudo mais devagar e com maior atenção”.
O assunto das rodinhas do fim de semana? Acredite. Foi o verbo manter. O danado é traidor que só. Adora armar ciladas. E tem especial predileção pelo futuro do subjuntivo. Como quem não quer nada, finge-se de certo. Mas certo não está. Os repórteres conhecem-lhe os truques. Mesmo assim, caem como patos. Aconteceu outro dia. No alto da página do jornal, estava escrito […]
Vem aí o Natal. O ano-novo corre atrás. É hora de mandar cartões pros amigos. João Marcelo e Refael estão às voltas com o texto. Na hora de escrever a mensagem, pintou a dúvida. Eles explicam: “Estamos almejando votos de saúde e felicidade aos amigos. Ops! Almejar votos é pleonasmo?” O dicionário diz que sim. Segundo o Aurélio, almejar é “desejar ardentemente”. Voto […]
Atenção, revisor! De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa […]
“O presidente ameaçou ontem punir os bancos que receberam dinheiro do depósito compulsório e não estejam repassando os recursos”, escrevemos na pág. 30. Viu? Deu lé com cré. Que tal restabelecer o paralelismo? Fica assim: O presidente ameaçou ontem punir os bancos que receberam dinheiro do depósito compulsório e não estão repassando os recursos.