Autor: Dad Squarisi
“Sou membro da antiga e mística Ordem Rosa Cruz”, escreve Ramires Zigunow. “Usualmente chamamos uns aos outros de fráter (irmão). Na hora do plural, alguns dizem fráteres. Outros, fráters. Qual a forma correta?” O Aurélio registra fráteres. Fique com ela.
O ministro da Saúde abriu guerra contra a dengue. Na hora de escrever a dissílaba que pode matar, pintou a dúvida — maiúscula ou minúscula? Nome de doenças é vira-lata. Substantivo comum, escreve-se com letra minúscula: gripe, câncer, febre amarela, dengue.
“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém.” O amém põe e ponto final em muitas orações. Explica-se. A palavra, hebraica de nascimento, tem significado muito especial. Quer dizer “assim seja”.
Inácio Navarro, de Brasília, escreve: “Me surpreendi com o título na página 30 do caderno de economia do CB de hoje, 23/10. Ao ler “Crédito para famílias em queda”, fiquei matutando qual o perfil das famílias que estariam em queda. Preocupado, analisei a situação da minha própria e, felizmente, cheguei à conclusão de que a minha não está em queda. Matutando mais ainda, […]
A leitora Luciana Pereira escreve: “Que bobeada feia do jornal hoje. E no nobre subtítulo da pág. 2: “Senadores preferem ocupar postos de confiança do que substituí-los por servidores”. Ora, quem prefere prefere uma coisa a outra, não do que outra. Respeitada a regência, teríamos esta construção: Senadores preferem ocupar postos de confiança a substituí-los por servidores”.
Que tal ler, em quadrinhos, Machado de Assis, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Lima Barreto e outros cobras da literatura brasileira? Agora é possível. A Difusão Cultural do Livro lançou a obra Domínio público. Os textos são adaptados para a nova linguagem. O ponto alto são os mestres do traço. Entre eles, Kleber Sales, responsável pelo conto “A cartomante”, do grande Machado.
Olá Dad, adorei o artigo publicado hoje na pg. 26, no caderno Cidades, sobre os erros no bilhete do sindicato dos professores. Muito engraçado, se não fosse trágico.Temos sempre que prestar atenção no que escrevemos. “O autor pensa uma coisa, escreve outra, o leitor entende outra e a coisa propriamente dita desconfia que não foi dita”, diz seu artigo.Pois bem, ao virar as páginas do […]
Saiu no jornal “mutilados da cana vão a aula”. Cadê a crase? O redator bobeou. Esqueceu velho macete, mais antigo que o rascunho da Bíblia: substituir a palavra feminina por uma masculina. Se der ao, sinal de acentinho. Caso contrário, nada feito. Mutilados da cana vão a aula. Com crase? Sem crase? Vamos ao macete: Mutilados da cana vão ao campo […]
Ops! Ventos e temporais pôem abaixo casas e prédios. Na tragédia, morre gente. Alguns se ferem. Quem mais se machuca é a língua. Culpa do verbo ruir. A tragédia pega os repórteres de surpresa. No aperto, os espertos saem pela tangente. Recorrem a sinônimos — cair, desabar e esmoronar. Os mais lentos confundem-se. Tropeçam. É o caso de gente que diz “talvez outro prédio […]