Autor: Dad Squarisi
A língua tem estruturas fechadas. As danadinhas se escrevem de determinada forma e só podem ser entendidas de uma forma. É bobeira querer mudá-las. Quem tentou recebeu duas penas. Uma: não se fez entender. A outra: perdeu pontos na prova. Não é pouco. Uma das formas únicas é a duplinha este…aquele. Ela dá um só recado. Você sabe decifrá-lo? Antes de dizer sim […]
Estudar pra quê?
“Os governos não podem, por si só, fazer isso”, escrevemos na pág. 6. Cadê a concordância? Por si só exprime o singular. Por si sós, o plural. No texto, falamos dos governos. O S pede passagem: Os governos não podem, por si sós, fazer isso.
Prezada Professora, A prova de redação do concurso para o Banco Central 2005/06 determinou que os candidatos redigissem uma dissertação, “posicionando-se” sobre as idéias em um texto anexo e “dando relevo” às afirmações sublinhadas. A senhora poderia esclarecer se: a) “posicionar-se” implica emitir juízo de valor (ou é suficiente fazer uma análise estritamente objetiva)? b) “dar relevo” significa incluir literalmente os trechos sublinhados (ou focá-los […]
Fernanda Blom escreve: “Um dos meus programas preferidos é ler o Correio Braziliense, em especial a Revista do Correio, aos domingos. Mas não raro encontro, não só nesse suplemento, mas em várias matérias do jornal, diversos erros, seja de ortografia, de continuidade (a matéria acaba no meio de uma frase) ou, o que é pior, de gramática. Alguns parecem ser erros de digitação. Outros… […]
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.”
Há nova praga na praça. Trata-se do a partir de. Com ousadia crescente, o trio rouba o lugar de preposições, advérbios e locuções. Professores, jornalistas, advogados & companhia ilimitada caem na esparrela. Em redações, artigos, reportagens, sobram frases como estas: “Levantamento feito a partir de dados do SUS mostra que as quedas são a principal razão para crianças pararem no hospital”. “A partir da […]
O horário de verão acabou. Alguns lamentam. Outros comemoram. Os tristes e os alegres tomaram uma providência . Atrasaram os relógios. Na passagem do sábado para o domingo, eles tiveram duas meias-noites. Uma no horário velho. A outra, no novo. O plural se explica. Meia e noite são palavras flexionáveis. Jogam no time de meios-fios e meios-dias.
Na matéria “Jantar com comunistas”, publicada no domingo, o Correio Braziliense caprichou nos pronomes, hein? Olha só: “No início da sua carreira política, o atual presidente do Senado, José Sarney , teve sua vida monitorada pelo serviço secreto brasileiro. Seus passos foram descritos em informes que narravam suas atividades parlamentares e seus encontros políticos realizados em fevereiro de 1960”. Alguns podem cair fora, não? […]
Era uma vez… Um burro andava pela floresta. Estava distraído, olhando pra lá e pra cá. De repente, ouviu um belo canto. Prestou atenção. Eram as cigarras que soltavam a voz. Morto de inveja, ele perguntou: — O que vocês comem pra cantarem assim tão lindamente? — Comemos orvalho, disseram elas. O burro não pensou duas vezes. Passou dias comendo orvalho. […]