Quando dizemos civilização grega, referimo-nos à civilização própria do povo grego. Se quisermos, porém, indicar a civilização comum ao povo grego e romano, diremos civilização greco-romana. Reparou? Ao se juntar ao adjetivo romana, grego assumiu a forma nobre e se tornou greco. A língua oferece exemplos pra dar, vender e emprestar: anglo (inglês), austro (austríaco), euro (europeu), franco (francês), galaico (galego), hispano (hispânico), ibero (ibérico, da Península Ibérica), indo (indu), ítalo (italiano), luso (português), nipo (japonês), sino (chinês), teuto (teutônico, alemão).
Que preguiiiiiiiiiiiiça!
Preguiçosa que só, a forma nobre precisou achar um jeito de indicar o gênero e o número. Eureca! Juntou-se a adjetivo vira-lata. Sem pedigree, o companheiro dá duro. Varia para concordar com o substantivo a que se refere:
equipe anglo-americana — equipes anglo-americanas
Império austro-húngaro — Impérios austro-húngaros.
relação euro-americana – relações euro-americanas
literatura franco-brasileira — literaturas franco-brasileiras
falar galaico-português — falares galaico-portugueses
país hispano-americano — países hispano-americanos
competição ibero-americana — competições ibero-americanas
amizade sino-japonês — amizade sino-japonesesa
guerra teuto-espanhola — guerras teuto-espanholas
literatura luso-brasileira — literaturas luso-brasileiras
Olho vivo
A nobreza sabe que o diabo mora nos detalhes. Por isso não deixa por menos. Zela pela correta pronúncia das palavras. Barbarismos fonéticos? Valha-nos, Deus! Pra fugir do estrago causado ao ouvido, guarde isto: adjetivo reduzido não goza de privilégios. Obedece à regra de pronúncia dos vocábulos. A sílaba tônica de ibero é be. De ítalo, i.