Adeus, Fenômeno

Publicado em Geral

 

 

Ronaldo se vai. O sorriso de criança e o olhar maroto se despedem dos gramados. Que pena! A intimidade com a bola o tornou o maior artilheiro da Copa do Mundo. Fazer gols era como acariciar a cabeça do filho — gesto carinhoso do criador que amava a criatura desde sempre. A redonda retribuía. Tomava rapidinha a direção da rede. Ambos festejavam. Ele correndo campo afora. Ela quicando pequena área adentro.

Com ele, o substantivo comum virou próprio. A grega fenômeno, que chegou aqui depois de passar pelo latim, quer dizer maravilha, raridade. Ronaldo personifica o significado. É Ronaldo, o Fenômeno.   Campeão

Sabia? A palavra campeão nasceu na Alemanha. Na língua de Kant, escrevia-se Kampjo. O latim morreu de inveja da aplaudida criatura. Levou-a pra Roma. Lá chamou-a campione. Em ambos os idiomas, o vocábulo tinha a mesma acepção. Dava nome ao cavaleiro medieval que combatia em campo fechado em honra ou defesa de uma causa. Que causa? Em geral, uma mulher. Os valentões se enfrentavam. O vencedor ficava com a amada, claro. Com o tempo, o significado se ampliou. Passou a nomear os melhores de modalidades esportivas. Futebol, vôlei, basquete, automobilismo, todos se abrigaram sob o guarda-chuva da alemãzinha.