A falsa dengosa

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As chuvas chegaram. Com elas, há cidades que sofrem. Ruas se alagam, morros despencam, multidões ficam desabrigadas. Há, também, cidades que festejam. É o caso de Brasília. Depois de seca impiedosa, a água que cai do céu é pra lá de bem-vinda. A grama renasce, as flores explodem, os moradores festejam. Mas num ponto as duas pontas se encontram. Trata-se do risco da dengue. Se o mosquitinho transmissor encontrar moleza, é um deus-nos-acuda.
 
A doença se instala. Febre alta, tosse e muita, muita dor no corpo. Tanta dor que ir e vir se torna sacrifício. A pessoa anda devagarinho, requebrando os quadris. É como se fizesse charminho. Por causa do gingar, a doença se chama dengue — nome igualzinho ao da manha.
 
Convenhamos. Que venha a denguice. E se vá a dolorosa. É fácil. Basta não deixar água pro inseto traidor. Morto de sede, ele bate asas e parte pra outra freguesia. Já vai tarde. Xô!