PODE UM DÉJÀ-VU DE UM JAMAIS-VU?

Publicado em degustação

PODE UM DÉJÀ-VU DE UM JAMAIS-VU?

Aconteceu comigo, provando um vinho tive um déjà-vu de um jamais-vu. Que é isso? Doidou? E ainda nem tinha bebido!

Vamos conceituar para poder explicar. O déjà-vu é aquela sensação que um acontecimento novo parece já conhecido e vem aquele pensamento: “isso aqui já aconteceu!” Mas, e quando algo que deveria ser familiar e conhecido te dá uma sensação de estranheza? Está diferente! Irreconhecível! Aí é o jamais-vu.

O acontecido foi quando fui tomar um vinho, que me era bem familiar e ele me pareceu diferente, como se nunca o tivesse experimentado antes, um perfeito jamais-vu. Só que tudo aquilo me pareceu já ter acontecido antes, um dejá-vu.

Mas esse estranhamento, o jamais-vu, com um rótulo ou estilo de vinho, que deveria ser bem conhecido, pode ter várias explicações. Aquele vinho lá do início da sua jornada de degustação hoje parece outro? Mesmo que seja exatamente igual? O que aconteceu foi a evolução do seu paladar que agora distingue mais nuances que antes.

Outros fatores podem alterar a nossa percepção de um vinho. Diferenças no nosso estado físico ou mental, como o humor ou a saúde. O ambiente, temperatura, música ou as companhias. O tipo de taça e a temperatura do vinho, principalmente, influenciam na degustação, alterando, na boca e nariz, algo que deveria ser familiar.

O jamais-vu no vinho é uma forma de redescoberta, de sermos surpreendidos onde tudo deveria ser familiar, o “conhecido” se transformando em algo novo e cada experiência em uma degustação única.

Pensei agora que o título ali no alto deveria ser o contrário, o que tive foi um jamais-vu de um dejá-vu. Será? Pode isso Arnaldo?

 

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