Vinho e Inteligência Artificial: a tecnologia que ajudará a transformar o setor
A inteligência artificial (IA) já chegou aos vinhedos e às adegas, mas ainda de forma incipiente. Algumas vinícolas do Brasil e ao redor do mundo estão utilizando essa tecnologia para aumentar a qualidade dos vinhos, reduzir custos e tomar decisões mais precisas em todas as etapas da produção.
Mas todas ainda esbarram no elevado custo de investimento, que torna inviável para pequenas vinícolas destinarem recursos para sensores, drones e sistemas inteligentes.
A inteligência artificial poderá ajudar de várias formas desde o vinhedo, passando pela produção do vinho, na venda e na distribuição.
No campo sensores e drones monitoram solo, clima e crescimento das videiras. Definindo o melhor momento para a colheita, com base no amadurecimento e na previsão do tempo.
Na produção do vinho, sensores ajustam, em tempo real, tudo necessário para garantir uma fermentação ideal. Também auxilia o enólogo a criar cortes com base em perfis de sabor desejados e nas tendências do mercado. O risco será que tanta IA prejudique o estilo tradicional da vinícola e o toque pessoal do enólogo.
Na venda, o monitoramento de redes sociais e avaliações, permite a adaptação dos vinhos às preferências do público. Ainda auxilia na otimização dos estoques e na logística da distribuição.
Mas nem tudo são flores de uva, novos riscos podem surgir, já que, quanto maior a dependência tecnológica, falhas técnicas ou problemas de ciber-segurança podem comprometer toda a produção. Também ocorrerá um maior impacto ambiental devido à elevação no consumo de recursos e energia por estes equipamentos.
Nada tenho contra a incorporação de novas tecnologias ao mundo do vinho, desde que sempre haja um permanente equilíbrio entre inovação e tradição, respeito às características do terroir, a preservação das características distintas de cada casta e, repito, o toque pessoal do enólogo.