Um livro e um vinho

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Um livro e um vinho

Jornais, revistas e sites de venda publicam as listas dos livros mais vendidos, e, para efeito de melhor apresentação dos mais lidos, alguns os dividem em categorias como ficção, não ficção, autoajuda, esoterismo e infanto-juvenil.  Sinto a falta de mais classificações como reflexão, meditação, humor, realidade brasileira, de sentimentos profundos e, porque não, de gastronomia e de bebidas.

O vinho está presente na literatura há bem mais de dois milênios e seus poderes para auxiliar no processo criativo da escrita já eram enaltecidos 400 anos antes de Cristo pelo dramaturgo grego Aristófanes, que declarou: “Rápido, traga-me um vaso de vinho, para que eu possa molhar minha mente e dizer algo inteligente.”

Em diversos dos rituais da sociedade como em nascimentos, mortes, aniversários, vitórias, derrotas, formaturas, coroações ou batizados de novas obras o vinho está presente, qual seria a razão de não estar presente no ritual da leitura, talvez abrindo mais a nossa percepção.

Como seria a harmonização? Os grandes clássicos com vinhos clássicos, um texto leve com um Pinot Noir ou Chardonnay sem passagem por madeira? Um livro de arte teria sua maridagem com um vinho de corte que reflete a personalidade do enólogo. Outro texto mais denso e complexo com um vinho de intensa complexidade. Literatura latino-americana com vinhos latino-americanos e Torto Arado com um vinho vindo do sertão baiano.

Num cantinho da casa coloque uma confortável poltrona, uma estante com seus livros e vinhos e batize o local de vinhoteca. Com estas duas companhias a solidão nunca estará presente.

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