Pessoas Idosas Merecem Qualidade de Vida

Publicado em qualidade de vida

Cosette Castro

Brasília- Em tempos de envelhecimento acelerado da população latino-americana, o Brasil se tornou o país líder na Região. No ranking do envelhecimento, em segundo lugar está o México, com 12,2%, e em terceiro  a Colombia, com 12,6% da população com 60 anos ou mais.

A comparação foi feita em dezembro de 2024, a partir dos dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quando o Brasil tinha 32 milhões de pessoas idosas. Ou seja, 15,8% da população.

Atualmente há 35 milhões de pessoas brasileiras com 60 anos ou +,o que representa 16% da população. O aumento da expectativa de vida, principalmente nas classes média e alta, e a redução da taxa de fecundidade são os principais fatores que contribuem para esse fenômeno. 

A média de vida da população é de 73 anos para homens e 79 anos para mulheres, no entanto, nas periferias, a média de vida cai para 50 anos. Não por acaso entre as pessoas idosas apenas 48,8% são negras (MDHC, 2025).

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais no Sul e Sudeste do país são os estados com mais pessoas idosas.

De acordo com o Censo do IBGE (2022), o Rio Grande do Sul tem 80,4  pessoas idosas para cada 100 crianças, seguido do Rio de Janeiro com 75,9 pessoas idosas para cada 100 crianças e de Minas Gerais com 70 pessoas idosas para cada 100 crianças. No Distrito Federal também está ocorrendo envelhecimento populacional. Em 2022 havia 46,5 pessoas idosas para cada 100 crianças.

No junho violeta, cujo dia mundial de conscientização da violência contra as pessoas idosas ocorreu no domingo, dia 15, é preciso dar visibilidade à violência todos os dias.

É preciso escrever, falar, cantar ou gritar contra o empobrecimento, o endividamento e o adoecimento das pessoas idosas, em especial das mulheres com 60 anos ou mais. E cobrar as leis aprovadas que até agora não sairam do papel. Além disso, as baixas aposentadorias e pensões seguem sob a mira de congressistas que querem obrigar o governo federal a fazer cortes nas áreas sociais. Daqueles que mais necessitam.

Diferentes dos países desenvolvidos, o Brasil tem uma população marcada pela desigualdade social e digital, pelo etarismo (preconceito por idade), pelo racismo, pelo machismo. E pela LGBTfobia, onde uma parte das pessoas trans e travestis não consegue passar da média de 35 anos de vida.

A violência contra as mulheres hetero ou bisexuais  se estende, majoritariamente, para jovens trans negras (93% dos casos), empobrecidas, nordestinas, assassinadas em espaços públicos. Inclusive no mês de junho, quando é celebrado o orgulho LGBTQIAP+.

Os dados sobre os absurdos índices de violência e assassinatos existentes no Brasil, que há 17 anos é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, constam da 8ª edição do Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras. O documento  (Leia aqui) foi  lançado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra, 2025).

No mês de junho e em todos os meses do ano o Coletivo Filhas da Mãe defende a qualidade de vida de brasileiras e brasileiros de todas as idades, respeitando a diversidade,  para que possam chegar a uma velhice ativa e saudável. Como preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

 

 

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