Cosette Castro & Victor Jimenez
Brasília – Hoje completa 116 dias sem chuva no Distrito Federal. E não tem sido fácil. A população do DF vem enfrentando seca, aumento dos incêndios e baixíssima umidade do ar.
É muito importante tomar água durante todo o dia e evitar fazer exercícios nas horas mais quentes do dia. Nesse período, usar chapéu, protetor solar e sombrinhas são ações de autocuidado essenciais ao sair na rua.
Não é por acaso que os consultórios e hospitais têm andado lotados com pacientes com problemas respiratórios, principalmente crianças e pessoas idosas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a umidade do ar tem chegado a 20%. Bem distante dos 60% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enquanto a chuva não chega com vontade no DF, seguimos com o Projeto Filhas da Mãe Contam Histórias. Desta vez, o relato é do advogado Victor Jimenez, equatoriano que adotou o Brasil há 50 anos.
Diagnosticado com Parkinson desde 2029, Victor vem enfrentando diariamente os desafios da doença. E, em 2016, criou um grupo online de apoio aos pacientes: Parkinson, terapias integrativas.
Victor Jimenez – “Lembro do dia em que o médico me comunicou, sem nenhuma cerimonia: ‘ O senhor está com Parkinson, mas não vai morrer dessa doença’. Foi como uma sentença de morte. O Parkinson é uma doença degenerativa incurável, mas que mantém a consciência dos pacientes. A medicação, a Prolopa e outros medicamentos afins são apenas uma medida paliativa para suprir a falta da dopamina.
Após receber a notícia, minha cabeça começou a doer, fechou a boca do estômago e comecei a respirar com mais força.
Não perguntei mais nada. Saí do consultório no hospital Santa Lúcia e fui até a Legião da Boa Vontade (LBV), na Asa Sul. Os pensamentos eram confusos. O que fazer? E meus sonhos? O que dizer para a família? E no o trabalho?
Depois de umas duas horas saí do templo, entrei no carro e dirigi sem rumo. Não tinha vontade de voltar pra casa. Comecei a dirigir sem rumo terminando na Torre de Televisão. O elevador estava funcionando e entrei. Lá encima olhei para o lado da Esplanada dos Ministérios. Vi a Rodoviária, o Congresso Nacional.
Olhei para o movimento dos carros, para as calçadas. As pessoas transitavam de um lado para outro.
De pronto veio a lembrança que dessa torre muitas pessoas tinham se suicidado. Senti um frio no estômago e olhei mais uma vez para baixo.
Quando voltei a ver a quantidade de vias e calçadas que devem levar a algum lugar, pensei que também deveria haver alguma via para mim. Entrei no no elevador e desci, apagando os pensamentos negativos.
Segui caminhando sem rumo pelas calçadas do Eixo Munumental. Era noite quando voltei para casa.
Comuniquei a família tentando não fazer alarme. Contei que o médico prescreveu uns medicamentos para ver se eles melhorariam a rigidez do meu corpo. E que era mesmo Parkinson.
A melhora aconteceu. O médico fez ajuste da medicação e passei a levar a vida na ‘normalidade’. Continuei trabalhando, mas o conflito dentro de mim ainda fervilhava.
Passei a ler mais sobre o assunto. Busquei especialistas na UnB. E participei de vários projetos aplicáveis a pessoas idosas e pessoas com Parkinson.
Para repetir as atividades sugeridas em casa, comecei a gravar e editar vídeos. A minha filha Amanda já publicava no YouTube e ela me incentivou a publicar vídeos. Em pouco tempo o canal ‘Viver Ativo com Parkinson’ estava sendo visto por muitas pessoas.
Na UnB tive o contato com o Tai Chi Chuan. Foi assim que conheci o mestre Woo, da Praça da Harmonia Universal. Lá passei também a gravar as atividades de Tai Chi e surgiu o canal no YouTube “Praça da Harmonia Universal“.
Essas atividades me fizeram muito bem. No Tai chi tive o contato com a medicina chinesa. Ela abriu portas que me permitem viver com qualidade de vida”.
Para quem tem uma doença progressiva, independente qual seja, todo dia é um desafio. E é um aprendizado constante viver um dia de cada vez.
PS – Hoje, dia 16, começa a 3ª. Mostra Nacional de Produção das Margaridas no Eixo Cultural Íbero -Americano em Brasília. Aberta até dia 18.
PS 1 – Domingo, 18/08, tem caminhada no Parque das Garças localizado no final do Lago Norte. Encontro na entrada do Parque às 8h30. Inscrição gratuita aqui.
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