Ana Castro & Cosette Castro
Brasília – Em meio a pandemia, um dos maiores medos das cuidadoras familiares é que seu parente com Alzheimer pegue Covid-19 e precise ser hospitalizado.
Pessoas com demência ficam mais expostas por conta do contato com cuidadoras. Essas cuidadoras podem ser aquelas sem remuneração, como as cuidadoras familiares e as cuidadoras informais, formadas por amigas e vizinhas.
Ou cuidadoras profissionais, selecionadas individualmente ou terceirizadas, que chegam através de empresas.
Há ainda o contato com outras profissionais, como empregadas domésticas e diaristas, que precisam usar transporte público. Ou, por exemplo, fisioterapeutas e fonoaudiólogas, que visitam vários pacientes no mesmo dia.
Já é difícil hospitalizar uma pessoa com demência em tempos normais. É preciso muita paciência para enfrentar a falta de conhecimento de médicos, equipes de enfermagem e área técnica em relação às demências.
Em tempos de Covid-19, essa situação é muito mais perigosa.
A maior parte dos profissionais da saúde não sabem como lidar com pacientes contaminados. Ainda mais com as novas variantes do vírus que também atingem bebês, crianças, adolescentes e jovens adultos.
Foto: Werllen Castro
Agora imagine a situação de pacientes fragilizados, com necessidades especiais, com problemas cognitivos, com problemas de linguagem e com falta de memória.
Sem conhecimento, profissionais da saúde insistem em tratar a pessoa enferma como se ela pudesse compreender normalmente um diálogo. Ou mesmo uma simples frase.
Ficar sozinha em ambiente estranho agrava a agitação. Imagine o medo de quem está no hospital sem entender direito o que está acontecendo. E ainda vê um monte de gente estranha e sem paciencia na volta.
Imagine o susto para essas pacientes sentirem pessoas desconhecidas tocando seu corpo. Tentando dar banho. Mãos estranhas tentando trocar e colocar fraldas geriátricas.
Não é de estranhar que pacientes com demências tentem arrancar o soro ou a máscara de oxigênio. Simplesmente não entendem o que está acontecendo. E reagem agressivamente tentando se proteger de forma instintiva: com pontapés, socos e até mordidas.
Sentimos falta de um protocolo de internação e procedimentos para pessoas com demências que necessitam ser hospitalizadas. Um protocolo que tenha validade para situações excepcionais, como a pandemia. E ainda protocolos para o ano todo.
Também é preciso formação urgente para lidar com esses pacientes. Disciplinas obrigatórias específicas nas faculdades de todas as áreas da saúde para o tratamento de pessoas com demências quando são hospitalizadas.
Dentro dos hospitais, são necessários cursos de reciclagem anuais para os profissionais de todos os setores, inclusive atendentes da recepção, pessoal da limpeza e técnicos da área de exames.
Pacientes com demências demandam outros cuidados de comunicação e principalmente respeito, sem que sejam infantilizados. Precisam de outros tipos de atenção à rotina e delicadeza redobrada para não assustar ainda mais as suas frágeis existências.
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