izalci_eixo Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press

Senadores recolhem assinaturas para ofício que pede direito de visitar Naime na prisão

Publicado em CB.Poder, Eixo Capital, GDF

Por Ana Maria Campos —  O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) está recolhendo assinaturas para ofício a ser enviado ao ministro Alexandre de Moraes (STF), solicitando autorização para visita ao coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime, preso pelo 8 de janeiro, há seis meses. O ofício também é assinado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) e já conta com 40 assinaturas.

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Placar positivo para Anderson Torres

Sempre é constrangedor depor em uma CPMI, ainda mais de tornozeleira eletrônica, mas o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres se saiu bem na oitiva ontem na comissão que apura responsabilidades pelo vandalismo na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro. Pela primeira vez, falou publicamente sobre o episódio que o deixou 117 dias preso e completou ontem sete meses. Torres disse que deixou pronto um Plano de Ações Integradas (PAI), para o dia da manifestação na Esplanada, que não foi executado. “Houve falha grave na execução do PAI (Protocolo de Ações Integradas). Se tivessem seguido à risca, os atos de vandalismos não teriam sido consumadas”, afirmou.

Divisão de responsabilidades

Anderson Torres dividiu a responsabilidade do 8 de janeiro pelos órgãos de segurança locais e federais. Ele disse que no protocolo de ações para segurança nas manifestações todos têm sua cota de responsabilidade e que estranhou a facilidade com que o Palácio do Planalto foi invadido. Garantiu que não tomou conhecimento dos riscos de invasões e só viajou porque não sabia da ameaça. Sobre a minuta do golpe, chamou de teratológica e “uma verdadeira aberração jurídica”. Afirmou que não se lembra de quem lhe entregou e garantiu que o documento deveria te descartado.

Apoio dos bolsonaristas

Durante o depoimento na CPMI dos Atos Golpistas, Anderson Torres recebeu a ajuda de parlamentares bolsonaristas. Entre os que saíram em sua defesa estão o deputado delegado Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) — que disse que gostaria de dar um abraço no ex-ministro pela amizade e pelos serviços prestados em benefício das crianças e idosos — e pelo deputado Marco Feliciano (PL-SP), que chegou a chama-lo de herói brasileiro.

Sem perguntas

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) começou seu pronunciamento na CPMI dos Atos Golpistas no Congresso dizendo que não tinha muitas perguntas a Anderson Torres. No final, não fez nenhuma pergunta.

Confiança nas urnas eletrônicas

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-SP) deixou Anderson Torres numa saia justa ao questionar se o ex-ministro acreditava na segurança das urnas eletrônicas. Ele disse que sim. Não ia correr o risco de contrariar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, maior defensor do sistema eleitoral brasileiro e relator de seu inquérito no STF. “Não tenho nada que me leve a crer que tenha havido fraude eleitoral”, disse Torres.

Sextou e foi para a Disney

Anderson Torres foi provocado por ter viajado para a Florida em meio ao caos em Brasília. “O senhor vai para a Disney trocar ideia com o Mickey, com a Minnie, com o Pato Donald e deve estar achando que aqui tem algum Pateta”, disse o deputado Duarte Júnior (PSB-MA). E o senador Rogério Correia (PT-MG) disse que Anderson “sextou e foi para a Disney”, numa referência ao fato de o então secretário de Segurança do DF ter emendado o fim de semana nas férias que começaram na segunda-feira (09) e ele ter viajado na sexta-feira (06). Sobre isso, Anderson disse: “Qual servidor público que tira férias na segunda-feira e não viaja na sexta?”.

Amanhã tem mais
Depois do longo dia de depoimento na CPMI do Congresso, amanhã tem mais mais. A
CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa aprovou a convocação de Anderson Torres para esta quinta-feira. Mas, entre deputados distritais, o ex-secretário de Segurança será ouvido na condição de investigado e só responde o que quiser. Na CPMI ontem, Torres foi como testemunha.

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Mais facilidade para adoção

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, ontem, acatar uma representação do senador Fabiano Contarato (PT-ES) e proibir que membros do Ministério Público se manifestem de forma contrária à adoção de crianças e adolescentes com base na orientação sexual dos adotantes. A decisão foi tomada de forma unânime entre os conselheiros e começa a valer a partir da publicação da resolução.