A Secretaria de Saúde (SES) dobrou o número de pregões eletrônicos neste ano em relação à 2019. De janeiro até ontem, 502 processos de compras foram publicados pela pasta, com a possibilidade de o número aumentar ainda mais até dezembro. A título de comparação, no ano passado inteiro, a SES abriu 259 pregões eletrônicos.
São dois principais motivos, segundo a secretaria. O principal, obviamente, foi a pandemia do novo coronavírus, que exigiu a aquisição de mais medicamentos, materiais médico-hospitalares e insumos — desde testes para detectar a covid-19 a equipamentos de proteção individual (EPIs) para servidores que atuam na linha de frente contra a doença. Além disso, houve uma mudança nos procedimentos internos que aceleraram os contratos.
Em meio a décadas de denúncias de corrupção em todas as esferas de Poder, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro passa por uma disputa na próxima segunda-feira para o comando da Corte. Dois desembargadores estão no páreo e são mais do que adversários num pleito pela Presidência do Judiciário fluminense.
O atual corregedor-geral, desembargador Bernardo Garcez, concorre ao posto. Considerado rigoroso, ele tem tentado passar um pente-fino nas varas empresariais, com investigações sobre a conduta de juízes e administradores judiciais, responsáveis pelas empresas em falência ou corcordatas. Do outro lado, está o desembargador Henrique Figueiras, crítico do trabalho do colega.
A suspeita da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça é de que há fraudes na fiscalização do destino do patrimônio de empresas em dívida. Esta postura tem desagradado juízes que consideram a conduta de Garcez exagerada. Uma queixa contra o corregedor já tramita no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e caiu nas mãos do conselheiro Henrique Ávila, sócio licenciado do escritório de Sérgio Bermudes, o famoso advogado de grandes causas, um dos mais prestigiados do Rio, onde trabalha a mulher do ministro Gilmar Mendes, Guiomar Mendes.
Um dos casos sob investigação na Corregedoria foi suspenso por decisão de Ávila, que apontou abusos. O presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, também oriundo do Rio de Janeiro, instaurou uma reclamação disciplinar para apurar acusações de que o corregedor-geral de Justiça do Rio, Bernardo Garcez, está perseguindo um juiz e um administrador judicial.
Entre os processos rumorosos que devem ser julgados na próxima administração no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro está a denúncia do Ministério Público estadual (MPRJ) sobre o caso das rachadinhas do gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que ocorreram enquanto ele era deputado estadual.
Por isso, uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o corregedor-geral da Justiça do Rio, Bernardo Garcez, na semana passada, despertou controvérsias. O TJ do Rio justificou o encontro como uma questão administrativa.
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