Crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF
Por Ana Maria Campos — À Queima-Roupa conversou com Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Confira:
Na votação do projeto que regulamenta o mercado de carbono, houve uma negociação com a bancada ruralista para retirar o agronegócio das exigências da nova lei. Foi positivo, no seu entendimento?
Desde o início, o PL que regulamenta o mercado de carbono foi construído ouvindo todos os setores da sociedade e do setor produtivo. Essa foi a orientação do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin. Isso possibilitou a construção de um consenso que levou à aprovação do projeto, por unanimidade, no Senado Federal.
Por que privilegiar esse setor?
Não se trata de privilegiar. Em nenhum lugar do mundo, as atividades primárias de agricultura e pecuária são reguladas. Não existem metodologias de monitoramento, relato e verificação seguras de avaliação das emissões na agropecuária dada a diversidade de culturas e o número de propriedades rurais. Existem mais de 51 mil propriedades rurais no Brasil com área acima de 1.000 hectares. O mercado regulado estimulará uma agricultura regenerativa e de baixo carbono que reduza emissões, pois parte das compensações de emissões que o setor regulado terá que fazer poderá ser feita no mercado voluntário.
Como você ajudou na aprovação do projeto no Senado?
A elaboração do texto foi um trabalho coletivo iniciado a partir de uma minuta elaborada pela Secretaria de Economia Verde do MDIC. O mérito é coletivo. Ministérios da Fazenda, Meio Ambiente, Minas e Energia, Agricultura, Casa Civil , Relações Institucionais e outros, além do MDIC, foram essencias. Estou impressionado com a qualidade e espírito público demonstrados pelos servidores que trabalharam na elaboração do projeto. Foi um exemplo do que o trabalho conjunto pode produzir. A senadora Leila foi fundamental. Teve sensibilidade de acolher a proposta do governo e conduzir com muito diálogo e habilidade a aprovação da matéria. Preciso destacar também a postura dos senadores de oposição que agiram também com alto espírito público. Meu papel no Senado foi esclarecer os imensos benefícios dessa agenda para o Brasil.
Vai atuar também na Câmara?
Vamos continuar dialogando na Câmara. Tenho excelente relação com os possíveis relatores. Tenho convicção de que, se aprovarmos até o final do ano os PLs do mercado de carbono, das eólicas offshore, do combustível do futuro e do hidrogênio de baixo carbono, aliados a uma redução significativa do desmatamento na Amazônia, já em curso, nós faremos do Brasil líder mundial em economia verde e destino mais importante de investimentos internacionais para uma economia de baixo carbono.
Qual é o principal avanço dessa legislação?
Segundo estudos da Way Carbon e da Câmara de Comércio Internacional, o mercado de carbono pode movimentar, no Brasil, 120 bilhões de dólares até 2030. Vai estimular a descarbonização dos processos produtivos, vai estimular a inovação, vai ajudar o Brasil a cumprir os compromissos internacionais assumidos no Acordo de Paris e vai ajudar o Planeta.
Acredita que haverá polêmicas na discussão na Câmara?
Acredito que haverá debates, e isso será positivo. Sempre é possível ter contribuições que aperfeiçoem o projeto. O importante é que sua estrutura seja mantida, que garanta integridade dos nossos créditos de carbono e interoperabilidade com os mercados internacionais para que o Brasil possa aproveitar seus diferenciais competitivos. Estou convicto de que aprovaremos o projeto antes da COP 28. Essa é uma agenda que une o Brasil.
Coluna por Ana Dubeux — No combate contra a violência de gênero, a vice-governadora Celina…
Texto por Ana Dubeux publicado nesta sexta-feira (26/12) — O Ecad (Escritório Central de Arrecadação…
Coluna por Ana Dubeux — Odette Ernest Dias, que nos deixou ontem, desembarcou em Brasília…
Texto por Ana Dubeux — Em meio a um cenário de fortes tensões institucionais, avanço…
Coluna Eixo Capital, publicada em 24 de dezembro de 2025, por Ana Dubeux Depois de…
Coluna Eixo Capital de 23 de dezembro de 2025, por Ana Dubeux O filme sobre…